quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Untitled

Eu lia e relia as suas palavras, e a cada leitura meu coração palpitava mais rápido. Cada leitura era um novo teste de resistência para meus olhos, que acabaram por perderam a batalha e agora choram de forma tão desamparada e inconsolável. Eu nem sei o que dizer nesse momento. As minhas lágrimas estão borrando as minhas palavras, e por mais que eu tanto deseje, não consigo escrever nada decente. Jamais havia me sentido assim antes. Do fundo do meu coração que acreditei por tanto tempo ser frio e desprovido de qualquer empatia, você despertou coisas que eu havia há muito trancafiado e escondido nos recônditos mais profundos da minha alma. E agora estou aqui, confuso e sozinho, sem idéia alguma de como lidar com todos esses sentimentos que afloraram em mim. Pela primeira vez desde muito, muito tempo, eu estou verdadeiramente sem palavras. Nunca nos meus pesadelos mais sombrios isto havia acontecido. O único motivo pelo qual consegui escrever tudo isso foi que minhas lágrimas resolveram finalmente parar de cair, permitindo que eu pensasse e articulasse mais claramente. Isto apenas porque fechei a janela de suas palavras por enquanto como uma medida de precaução, pois no meio de minha angústia, temi sinceramente que meu corpo desidratasse. Acho que fechei apenas com a esperança de poder abrí-las de novo um dia, e sentir-me emocionado como há tanto tempo não ocorria. Levantei-me da cadeira e caminhei até o banheiro para me olhar no espelho. Me encarou de volta um rapaz de cabelo terrivelmente bagunçado, cujos olhos aflitos davam-lhe uma aparência nada atraente. No entanto, forcei ainda mais a vista, procurando desesperadamente em meu reflexo o que de tão bom você havia visto em mim. Rezei então para, o que quer que fosse, que você pelo amor de Deus não parasse de ver.

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