quinta-feira, 21 de março de 2024

Cadê os refrescos?

Necessito de atenção, carinho, mimos. Nada de cuidado silencioso, verbalizado, ouvido, perguntado.

 Estar em relação é igual não estar, só que estando.

Às vezes eu preciso de descanso. Tentei marcar uma aula extra de pole dance e fiquei frustrado por não conseguir. 

Talvez eu precise só celebrar mais as minhas vitórias. E nesse sentido acho que tenho vivido experiências bem significativas. Eu não sei se isso é bastante, nos parâmetros universais; mas eu acho que é bastante nos meus. 

Dei aula na graduação. Como é difícil aprender os nomes de todo mundo. Como eu tenho tido problemas com nomes. Eu sempre penso: "tá, eu vou me esquecer depois".

Eu gosto de criar. E tenho pouco tempo pra criar um capítulo da minha dissertação. Sinto vontade de criar RPG, coreografia, criar problemas.

"Como você acha que ela reagiria?"

Sinto vontade de reviver toda a minha história. Sinto vontade de me ouvir falando, porque acho que, de uma forma geral, não me sinto ouvido. Ou eu nunca me sinto bem de estar falando com alguém, como se eu precisasse me esforçar pra deixar a minha história interessante e talvez captar a atenção. 

Se meu estilo é o espetáculo que eu quero expor. Em que momento vamos pra trás das coxias?

Vergonha. 

Queria que alguém me ouvisse pra me servir um café e me dar um ombrinho, pra dizer: descansa aqui um pouco. 

x-x-

Em que medida a felicidade participa das decisões da vida? Uma vida feliz é o que queremos? 

Eu preciso escapar,

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

 O que vale a pena fazer, mesmo que eu fracasse?

Assumir pra mim o exagero

Deleitar-me comigo

Buscar o prazer

Me arriscar, escolher, não viver


sábado, 16 de setembro de 2023

Poema

Você guarda as cartas de amor?

Toda vez que eu olho eu paro

Eu vejo

E me lembro da época em que as nossas diferenças não eram desequilíbrio, mas desculpa pra ficar mais perto e aprender com o outro.


Por não estarmos mais distraídos

Você se lembra de acordar e procurar esse calor? 

Hoje quando acordo com medo eu não choro.

Nem reclamo abrigo

sinto uma coisa sua que ficou em mim.

Impregnada no corpo, nas pedras, nas roupas

No perfume pela sala

nas cinzas das horas

Na noite voraz. 

Veloz.


Queria na sombra do olhar

Parar e com a mão desenhar

A tua voz que desce até mim

Queria ao som do verso me entregar

Mas o tempo urge

E preciso correr de novo


A uma hora dessas.

Por onde vagará seu pensamento?

domingo, 3 de setembro de 2023

À meia noite

Transar à noite é bom
Transar pela manhã diz coisas

E o café
É um passo além
Da embriaguez
dos tons azul-escuros

De manhã tudo
Ou quase tudo se vê

Eu vou te dar
O meu amor devagarinho
Deixar no corpo mais um pouco
Escoar o segredo

Varrer a areia das botas

Do Rio pra Recife
De Manaus pra Salvador
Cada pedaço de história
É um segredo pro ouvido

Existimos. 
A que será que se destina?
Por um amor que te faça cantar

terça-feira, 8 de agosto de 2023

Eu não sei dançar

Meus olhos se escondem onde explodem paixões. Eu escolho continuar vendo como um compromisso com o desejo.

Não é meu dever ser perfeito com o mundo, sou feliz quando me aceito. Me sinto mais bonito quando estou bem comigo, isso varia a cada olhar. Me sinto ao mesmo tempo mais cuidadoso e menos cuidadoso.

Faço uma limpeza, mas não jogo tudo fora e carrego parte da minha tralha comigo. Não existe casa 100% limpa, todo lugar tem sua coisinha. A matéria me ajuda a decidir, as possibilidades e limites que me oferecem o meu corpo, o outro, o mundo. Em movimento decido melhor o que é bom pra mim, como é linda a dança. Olhar pra trás ajuda a me ver, na medida em que assumo os "sim", me desprendo da necessidade da perfeição e busco o prazer na realização.

Respeitar o limite é importante, mas não sempre, o amor e o desejo fazem transbordar pra além do tempo. Tenho prazer quando fantasio, mas dentro do limite não se fala em invenção. Os limites podem ser flexíveis, fico feliz e me sinto aceito quando vejo você flexível pra eu passar. 

Os quartos escuros pulsam e pedem por nós. 

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Do tipo ideal pra estragar todos os meus planos

Quero lamber as suas linhas onde elas fazem curvas. Você pede licença pra chupar, eu te boto pra mamar. Penetro nos seus olhos, tímido. Respiro suave no seu sensível, mordo seu pescoço com fome. Acendo todas as suas pontas e revivo o gosto, salivando.
Meu corpo arqueia procurando a sua boca, mordendo.

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Foi mal

Revisitando sozinho os lugares em que morei com você, s(i)ento pra ver cada pedaço de memória ser levado pela correnteza até perder de vista. Restam os resíduos mais pesados, indegradáveis, sedimentos obscurecidos a compor a lama das profundezas.

Talvez o amor, todo ele, aquele que demos e aquele que quisemos dar, o que recebemos e não oferecemos, o amor que não recebemos. Talvez todo o amor desague no mar, tragado até se perder na imensidão dos alicerces da terra.

Pode ser isso que há, ter cada vez menos a oferecer de amor, na busca romântica pela solidão e pelo estoicismo de uma vida seca e imperturbada.

Eu queria mesmo é que você me visse de perto e dissesse que me quer, mesmo que só por um instante. E quando sua mensagem não chega, entendo a aridez de encerrar ciclos sem presença, companhia ou explicação suficiente daqueles que amamos, areia de felicidade varrida pelo vento, esperando que a decomposição sirva de adubo praquilo que virá, quando virá, se é que virá.

Então eu choro, tentando lidar com as dores sem querer destruir o mundo ou explodir por dentro, esperando que um dia o sertão vire a mar.