segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

É chato ter que dar título pra todos os meus textos

Tentativa 1:
-Olá
-Oi
-Tudo bem?
-Você está mesmo interessado?
-Na verdade não
-Então por que perguntou?
-Porque achei que serviria pra puxar assunto
-E por que você quer achar assunto?
-Porque estava me sentindo solitário, e esperei que você também estivesse
-Você conversa com outras pessoas quando está solitário?
-Sim. Você não?
-Acho que não
-Por que não?
-Eu não gosto de gente, em geral.

Tentativa 2:
Um dia nasceu uma mulher que não se sentia exatamente uma mulher, porque ela era hermafrodita.

...

Tentativa 3:
-Vai, me desenha como uma de suas francesas
*levanto e caminho pra fora do quarto*
-Não, espera! Era brincadeira!

Tentativa 4:
Então né, aquela menina de cabelos pretos era doida, doida. Mas ela tinha uns vestidos legais, até que morreu. E acabaram-se os vestidos.

Boa noite.

Idade

Não devo ter a idade que meu corpo apresenta, pois não sinto mais as energias e o potencial de alguém novo e cheio de esperanças. Nenhuma das propostas que certamente parecem extremamente interessantes se feitas a qualquer outro alguém conseguem despertar em mim qualquer resquício de interesse. Nenhuma das promessas que eu um dia ouvi e acreditei ainda me atraem. A vida se tornou apenas aquela comida desagradável e sem tempero, que se come não porque sente-se algum prazer nisso, mas sim porque se está com fome e é necessário comer. Todas as minhas palavras se reduziram a uma tentativa de tornar complexa e indecifrável qualquer sentença, e mesmo que se olhe no dicionário e se perceba que as palavras podem querer dizer uma infinidade de coisas, para mim elas não são nada mais que palavras longas e não são capazes de expressar nada. Aprendi a desprezar todas as óbvias vantagens com as quais nasci, como se elas representassem um estorvo o qual eu estaria melhor sem. Passei a abraçar todos os meus infortúnios e rancores, pois eles fazem com que eu me sinta mais vivo do que jamais fui. E, principalmente, devo ser velho pois odeio os jovens ao redor de mim, tão cobertos de sonhos e resiliências infantis, de modo que relaciono-me com eles apenas esperando o dia em que terei o prazer de ver esses sonhos serem esmagados e estilhaçados. O dia em que verei esse sonho de liberdade ser sufocado e afogado para que, então, finalmente percebam que seres humanos não foram seres feitos para serem felizes.

domingo, 9 de dezembro de 2012

O escritor obliterou a distinção entre pessimismo e poesia