quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Por um desejo

Estava frio, e meu pescoço doía. Acordei com minha cabeça pendendo para fora de meu encosto, e mais tarde raciocinei que era esse o motivo de meu desconforto. Ajeitei-me então, mas meu pescoço continuava a reclamar. Encontrava-me sentada em algo macio. Tentei abrir os olhos, mas eles arderam com a claridade e começaram a lacrimejar, forçando-me a fechá-los. Esperei um pouco e os abri aos poucos. Vi apenas um grande borrão roxo desbotado. Conforme minha vista se acostumava, o borrão foi gradualmente tomando forma, e entendi que se tratava do teto. Olhei para frente, e me deparei com uma penteadeira de madeira escura e envelhecida. Uma garota coberta por uma névoa branca sobrenatural, sentada numa grande poltrona vinho me encarava fixamente. Uma névoa branca? Ainda me sentia um pouco tonta, e fechei os olhos com força, para garantir que meus sentidos não estavam me pregando uma peça. Para meu alívio, a névoa havia desaparecido. A garota não. Senti, então, um grande conforto em saber que mais alguém estava ali comigo, pois não gostava de ficar sozinha. Seus cabelos eram longos, lisos e negros. Ela usava botas escuras de salto e tinha suas pernas cruzadas. Usava um uniforme de estudante: uma saia xadrez vermelho e preta cobrindo suas belas coxas, enquanto uma camisa preta de mangas longas deixava à mostra apenas sua mão de bonitos dedos e longas unhas feitas. Ela fitava-me. Exceto pelos movimentos gerados por sua respiração, não se mexia. No entanto, suas feições transmitiam-me a sensação de que estava igualmente surpresa em me ver. Ela não vai falar nada? Por um tempo indeterminado que me pareceram horas, observei-a, na esperança de que dissesse ou fizesse algo que botasse fim àquele silêncio envolvente. Nada. Martelava-me sem parar na cabeça o temor do momento em que ela se cansaria de esperar e saíria antes que eu pudesse dizer algo, deixando-me sozinha naquele quarto assustador e não familiar. Isso não poderia acontecer. Concentrei-me então em mover meu braço. Se pudesse fazer isso, mostrar que estava ali, mostrar que não estava dormindo, talvez ela não fosse embora. E talvez, só talvez, dissesse algo, e me fizesse companhia. Juntei todas as minhas forças, e fui capaz de levantar meu braço direito que repousava na grande poltrona. Debochando, a garota à minha frente realizou precisamente o mesmo movimento, mas com o braço esquerdo. O braço esquerdo...? Merda. Não... Estava sozinha. Não sei ao certo se foi uma sensação criada pela minha mente assustada ou simplesmente o destino zombando de mim, mas a temperatura do quarto baixou instantaneamente. Eu sentia medo. Tentei me levantar sem sucesso. Uma sensação de pânico foi gradualmente se formando e tomando conta de mim, me fazendo ter a certeza de que o pior a se fazer naquele momento seria ficar parada. Era como se o frio fosse capaz de me dominar por completo e me impedir de me levantar de novo. Não, não era o frio. Sabia que não era, senti aquilo desde que acordei no quarto. Havia algo ali. Uma presença. Me observando, escondida nas sombras. Lentamente rastejando pelo chão de madeira, e subindo a poltrona. Não conseguia me mover. Olhei desesperada para o lado e por um instante tive certeza de que mãos feitas de sombras subiam pelo meu braço devagar, até chegarem ao meu pescoço e lentamente me sufocarem. Comecei então a fazer um esforço descomunal para vencer a inércia de meu corpo. Suava, e fumaça saía de minha boca à cada respiração. Engolia em seco, e um grito de pavor prendia-se no fundo de minha garganta. Tinha de me levantar. E rápido. No entanto... Os pensamentos foram se acalmando conforme minhas forças e meu oxigênio restantes eram sugados para fora de mim. Sentia-me sendo engolida devagar pelas sombras. Deveria mesmo tentar lutar e viver? Não seria muito mais simples desistir e ficar aqui, onde poderia definhar e morrer? Eu devo mesmo tentar fugir? Não é como se eu tivesse exatamente motivos pra continuar vivendo, mas... Eu tenho medo. Eu tenho medo da dor, e tenho muito medo da morte. Eu não quero ficar aqui. Eu não quero ficar sozinha. Eu quero encontrar alguém... Mas será que ainda tem alguém aí...? Não... Tem de haver alguém. Tomada então por uma força monstruosa que não era minha, apoei minhas pernas no chão e gritei, levantando-me triunfante, fazendo a escuridão recuar, assustada. O pânico havia se dissipado completamente, e somente o frio, agora sutil, permanecia. Senti um forte gosto metálico na boca. Passei a mão nos lábios, e vi que estavam feridos e sangravam. Parei, então, para olhar o quarto em que me encontrava, apesar de não haver muito para se ver. Fora a poltrona onde antes estava sentada e a penteadeira velha encostada na parede à frente desta, o pequeno quarto tinha apenas uma janela e uma porta. Tentei a porta. Trancada. Sentei novamente na poltrona e abri a única gaveta da penteadeira. Encontrei uma caneta, um bilhete e um revólver. Um calafrio percorreu minha espinha. Indaguei receosa durante alguns minutos quem poderia tê-los posto ali e com que propósito. Cuidadosamente para que não disparasse, abri o revólver e vi que continha apenas uma bala. Botei-a de volta e deixei o revólver na cabeceira logo em frente ao espelho, enquanto voltava minha atenção para o bilhete. Em letras garranchadas que ocupavam metade da folha, consegui ler:
Hoje, todos os seus desejos se tornarão realidade

Logo embaixo, dois riscos. Peguei a caneta e comecei a escrever:
Hoje, todos os seus desejos se tornarão realidade
Ao comparar o que eu havia escrito com o que anteriormente estava ali, não pude evitar deixar cair a caneta numa mistura de surpresa, alívio e receio. Sabia, então, que encontraria alguém. Instintivamente, peguei o revólver da penteadeira e abri a janela. O vento frio soprou. Assim que saí por inteira do quarto, por um segundo procurei, esperançosa, o sinal de algum rosto conhecido. Estava escurecendo, e a rua estava deserta. Experimentei então uma sensação de profundo pesar, embora soubesse de antemão que não havia ninguém esperando por mim. Perguntei-me por alguns instantes que caminho deveria tomar, quando me dei conta de que não sabia onde queria ir. Decidi então andar seguindo um velho muro de pedra, pois ele tinha alguns desenhos de criança feitos com giz-de-cera. O vento batia diretamente contra o meu rosto, jogando meus cabelos para o alto e gelando meu nariz e minhas orelhas. O metal do revólver roubava o pouco de calor que restava em minha mão direita. Após alguns minutos de caminhada sem sucesso, vi ao longe algo sendo levado pelo vento na minha direção. Botei a mão acima dos olhos para protegê-los do vento e forcei-os, no intuito de identificar o objeto. Ele se aproximava rapidamente, e antes que pudesse ter a certeza de que era um papel, grudou contra meu peito pela força do vento. Estava escrito "Verão em Cancun, 2008". Do outro lado, uma foto de um bonito rapaz abraçado a uma garota. Notei algo de familiar nela, e observei-a por alguns instantes. De repente, percebi. A garota... sou eu? E esse garoto... me conhece? Não, essa não sou eu. Os olhos dela são castanhos. Mas, mas... Tinha de ser eu, tinha de ser! Mas não era. Então, se não era eu, o que significava isso? Havia alguém... igual a mim? Eu sou, então... desnecessária? O pânico novamente tomou o controle, muito mais poderoso de que da última vez, e eu sentia meu coração acelerado bombear sangue alucinadamente para todo o meu corpo. Meus pulmões trabalhavam excessivamente, e eu me sentia com falta de ar. Minha garganta seca causava-me dor ao engolir minha saliva misturada ao sangue que saía de meus lábios inferiores. Não pude evitar os pensamentos que forçavam passagem em minha mente enquanto meu braço direito se movia lentamente em direção à minha cabeça, até encostar em minha orelha o metal frio de um calibre .38. Milhares de vozes se misturavam em minha mente, causando uma dor de cabeça excruciante e tornando cada vez mais e mais sedutor o simples movimento de um dedo. Pensamentos, lembranças,invenções e desejoseamoresemedoseinsegurançaseloucuraseódiosepaixõesemortesesangue.
Chega
Abri os olhos, interrompendo em uma fração de segundo a torrente de pensamentos. Meu braço direito mantinha apontado o revólver para minha cabeça. O pus então em minhas mãos e pensei por alguns instantes. Decidida e sem hesitar, arremessei-o por cima do muro. Encontrarei alguém. Alguém que vai me amar pelo que sou...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Fugiram...

- Ei, o que essa merda está fazendo vazia? Deveriam haver borboletas aí! Borboletas, eu digo! Por que você nunca faz o que eu mando, seu energúmeno?!

domingo, 13 de novembro de 2011

"- Ok então, oito e vinte estamos saindo, pra você não perder a banda do Chico"

...

Era fácil. Era muito simples, juro pra você. Oito reais contados. Eu e Diana estávamos indo prum show pra curtir o som e pra arranjar minha amiga Camila pro meu outro amigo, o baixista da segunda banda. Íamos nos aprontar, eu passaria na casa da Diana, iríamos juntos até a casa da Camila, pegaríamos o 569 e iríamos os três felizes e contentes pro show. Ponto. Simples. Fácil. Prático.
Nem tanto.
A começar que a Diana e a Camila demoraram séculos pra descer. O percurso da rua, que deveria ter levado 10 minutos, levou mais de meia hora. Ok, nenhum motivo pra se estressar. As bandas sempre atrasam, e essa não seria diferente. No entanto, Diana não conseguiu se conter:
- Cara, a gente vai pegar ônibus aqui? Quando eu fui pra ipanema com o Grabois e *insira o nome de pessoas aleatórias aqui*, nós pegamos o ônibus do outro lado da rua!
Começou...
- Eu sempre fui por aqui e sempre cheguei no lugar... -Respondi-
- Mas vai demorar D: E a gente vai chegar super atrasado pra banda do Chico.
- Vai nada, eles vão atrasar.
-Ai... tá bom.
Enfim. O ônibus demorou um tempo, só pra me contrariar. E nesse meio tempo, Diana insistia pra que pegássemos o ônibus no -outro lugar-. Bom, pegamos o 569 no meu lugar mesmo, e estávamos indo bem. Passamos pelo Cosme Velho, Rebouças, Mãe-da-Camila-que-não-podia-saber-que-fomos-de-ônibus, etc. Íamos chegar só um pouco atrasados. A banda só ia começar mais tarde mesmo. Tinha tudo pra dar certo. Tudo.
Até que...
- AI CARA, A GENTE VAI SE ATRASAR MUITO!!!!!1111111!!111!!ONZE!111!!
- Vai nada, Diana, relaxa, o onibus vai direitinho!
- Ahnãoahnãoahnãovamospegarumtaxitaxitaxitaxisouchatabeijos!
- Você paga.
- Ok
E saímos do onibus. Íamos pegar um taxi. Na boa, em paz, tocando um violão. Quando...
- Ei...
- Que foi, Diana?
- Ipanema é pra lá...
- É não, é pra cá
- Ah, mas quando eu fui pra Ipanema e peguei o ônibus com blablablaGraboisblablabla o onibus foi pra lá!
- Cara, tenho certeza absoluta que é pra cá.
- Ahnãoahnãoagentevaichegaratrasadonãoseiquenãoseiquelásouchatabeijos!
- Argh...
E andamos. Atravessamos correndo duas ruas movimentadíssimas, até que Camila teve a brilhante idéia de perguntar à uma moça em que direção ficava Ipanema. Ela apontou para a direção que -eu- estava indo em primeiro lugar. Obrigado, moça. Deus te abençoe. Fomos pra minha direção. Atravessamos correndo novamente as duas ruas movimentadíssimas e pegamos um taxi. No caminho...
- UAHSUAHSAUHSUAHSUAHSUAHS
- Pronto, Diana endoidou de vez...
- HAHAHA, NÃO, É QUE HAHAHAHA, EU OLHEI E ESTÁVAMOS TODOS DO MESMO JEITO OLHANDO PRA JANELA HAHAHAHA.
Enfim. Passado o surto, chegamos lá. Esperamos um pouco pra podermos abrir as portas do taxi ao mesmo tempo, e adivinha? Chegamos -muito- mais cedo do que a primeira banda. Eu S-A-B-I-A. Após fuzilar Diana com os olhos e com o pensamento (acho que ela nem percebeu), fizemos uma votação e resolvemos ir pra praia entrar em contato com a natureza. No momento que voltamos, já estavamos desse jeito:
Estávamos voltando, felizes e contentes, quando Camila pede pra pararmos pra ela comprar algo pra beber e Diana sai correndo no meio dos carros. Normal. Acontece com qualquer um. Ainda mais com a Diana. Fomos andando. Ê, legal, encontramos com um tal que a Diana falou que estava horrível agora. Bom. Entramos lá na parada, tudo certo. Subimos, na boa. Ficamos lá de gangster encostados no 'balcão' observando o movimento enquanto a banda do Chico se preparava. Incrível, o Chico conseguiu fazer os playboys e as cocotas pularem. Fiquei conversando com a Camila sobre o belo par de paisagens que se projetavam à nossa frente. O show rolou de boa, Diana foi pra algum lugar, continuei lá com a Camila esperando a banda do meu amigo, porque ela tinha combinado de pegar o baixista. Tiveram vários problemas técnicos, não tinha caixa de retorno, uma das cordas de uma das guitarras estourou, a galera tava meio desanimada, e blaus. Cabou que no final fui falar com o baixista e ele estava indo pegar água pro amigo que estava passando mal. Resumo da ópera: ele foi-se e Camila não o pegou. Decidimos ir embora. Não sem antes fazer, na esquina, um lanchinho de sanduíche suspeito com recheio de origem questionável. Fomos caminhando, até que Diana, que estava super agradável e fácil de conviver naquele dia, não se conteve mais uma vez:
- Cara, a gente vai pegar ônibus onde?
- Na rua que é atrás do meu dentista, onde eu sempre pego, Diana...
- Mas cara, essa rua blablablabla vai demorar muito mais blablabla não estamos indo pro caminho certo blablaprecisoemagrecer
- Ai, morre, vadia!
Bom. Demos a maior volta. Não, sério, ficamos andando por no mínimo 40 minutos por ipanema, mudando de idéia sobre aonde íriamos para pegar nosso ônibus e chegar são e salvos em casa. O pior é que depois da terceira ou quarta volta, o tal do baixista apareceu de novo, aleatoriamente, nos convidando pro arpoador porque ia "uma galera". Nem que me pagassem. Isso porque tínhamos dito que voltaríamos de taxi e que chegaríamos por volta das 11 em casa. Já era uma e meia. Mas não era culpa nossa, juro! A culpa foi das bandas que atrasaram e da Diana que nos fazia mudar de rota a cada 5 minutos. Poisé. Tenta explicar isso pros nossos pais no dia seguinte. Ainda tínhamos o dilema do dinheiro, porque eu só tinha mais 4 reais, Camila tinha uns 5 e Diana era um sigilo. Detalhe que a Camila tinha levado 50, e 45 magicamente sumiram do bolso dela. Enfim. Acabou que tivemos a idéia de parar tudo que se movia e perguntar se passava no largo do machado. Depois de algum tempo, uma kombi super simpática parou, e entramos. Era dois e cinquenta. Grr. A partir daí foi só brisa. Diana anti-social ouvindo música, eu e Camila conversando o caminho inteiro sobre os acontecimentos e desilusões da noite. Chegamos ao nosso destino. E gente, se vocês não souberem disso ainda, anotem: não saem mais kombis do Largo às 2:30 da manhã. Voltamos a pé. O CAMINHO TODO, DEPOIS DE ANDARMOS PRA CARALHO ORR. Três amigos numa madrugada escura voltando pra casa. Caminhando e cantando e seguindo a canção. E morrendo. O vento tava soprando e deixando o caminho razoavelmente agradável. Foi super tranquilo. Fora que estávamos morrendo. Passamos pelo bar e encontramos um casal de conhecidos nossos que descobrimos naquela noite que eram um casal. Estavam de mãos dadas, e falaram com a gente super felizes. Eles eram uns fofos.
Chegamos na casa da Camila e nos despedimos dela. A mãe não estava nem um pouco puta, e ainda queria que eu subisse pra me dar um abraço. Score. Eu e Diana continuamos o caminho até as nossas respectivas casas. Deixei a Diana em sua casa sob o olhar repreensivo do seu pai, que descia as escadas pra abrir a porta, e continuei a andar. Procurei as chaves no bolso, abri o portão.  Subi as escadarias e desmoronei na cama. Minha cabeça latejava. Minhas pálpebras pesavam e minhas pernas esperneavam. Já nem sentia mais meus pés. Gente, o que foi aquela noite...

...
Faria tudo de novo.

-Uma Epopéia Noturna-
By Camila Vance, Diana Bulcão, Matheus Bogossian e cansaço. Muito cansaço.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Líquidos

Substâncias líquidas têm uma forma que depende do recipiente em que estão contidas, mas mantém o mesmo volume.









 
Gatos são líquidos.

... É.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Refúgio

Já que a nossa realidade se mostra incapaz de nos proporcionar algum tipo de prazer maior, estamos à procura dele em alguma outra

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Além do que se vê

"- Então até mais!"
"- Até!"

E saí correndo pela ladeira de paralelepípedos até chegar ao grande portão preto, onde me 'aguardava' o grande carro cinza no qual iria me aventurar a pedir carona hoje. E consegui. A motorista era uma bonita moça de uns 25 anos, prendendo suas charmosas madeixas loiras em um rabo de cavalo, e tapando seus grandes olhos verdes com óculos escuros. Ao seu lado, a coroa mais nova que eu já vi em toda a minha vida. Ao meu lado, um homem esquisito com cara de pedófilo. Enfim. O carro foi fazendo uma manobra arriscada, típica de motoristas novatos. Viramos sem maiores problemas e começamos a descer a ladeira, enquanto trotávamos por conta dos paralelepípedos no chão. Conforme o carro descia pela ladeira, fomos nos aproximando dela, sentada no muro. Ela, com quem estive conversando agora pouco. Acompanhava-a com os olhos, esperando que olhasse de volta e eu pudesse dizer um alegre "tchau!". Foi quando olhei, sem querer, em seus olhos. Olhos que eu já tinha visto várias vezes antes, mas não foi só isso que vi. Estava bonita. Não que não fosse bonita antes. Mas estava linda. Sentada com o guarda chuva aberto, olhando para o céu, como que esperando. Desejando algo desconhecido, em algum horizonte muito além do nosso. O mundo então havia ficado diferente. O sol brilhou, deixando o lugar mais quente do que antes. Borboletas saíram voando de seus esconderijos, e as pessoas começaram a andar mais devagar. Fiquei então curioso pela garota que havia mudado o mundo. Mas o carro logo passou, e ela não olhou em minha direção.

...

Amei-a por um dia apenas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

10,000

Ainda me lembro da época em que comemorava pelas minhas 100 primeiras visitas...

Muito obrigado, desocupados! ♥

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tempos Modernos

Nossa geração não teve qualquer Guerra Mundial ou Grande Depressão. Nossa guerra é interna. Nossa depressão é nossa vida.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Meh [5]

Outro passo. Outro dia. Mais uma desconsiderada e inútil página já desnumerada era virada no livro velho que caía aos pedaços. Só um dedo machucado e sangrando de tanto bater na mesma tecla, esperando que algo acontecesse. Esperando que alguém ouvisse. Outro passo. Outro dia. Só a sombra de uma cadeira, se deslocando de um lado para o outro repetidamente, sem ser movida. Só se moveria no dia que fosse desmontada e destruída, eles diziam. Outro passo. Outro dia. No qual já não era possível sentir o calor do fogo. No qual todas aquelas comidas refinadas servidas em bandejas de prata tinham todas o mesmo gosto de nada. No qual todos aqueles cortes não provocavam qualquer sensação de dor ou remorso. Dias nos quais estar sob o sol ou sob o gelo não fazia diferença. Dias nos quais o sofrimento não mais comovia. Onde o tédio já não surpreendia. Onde ficar só na vontade já não doía. Onde era só mais um porco num chiqueiro, comendo e dormindo, esperando ser finalmente sacrificado algum dia. Nem mesmo promessas ainda atraíam. Só uma longa estrada de terra, rachada pela alarmante ausência de água, seguia indefinidamente além do horizonte. Sem sinais de haver um dia existido vida ali. Sem toca para oferecer refúgio. Sem lago para oferecer alívio. Sem árvore para oferecer abrigo. Só o dia, a estrada, eu, e o abismo. O que se fez presente desde o início da caminhada, e era profundo demais pra ser preenchido. Outro passo, onde os pés descalços se feriam e sangravam na briga com o barro e com as pedras pontudas do chão. Outro dia, onde era só mais um dia, comandado pela inércia do estado de espírito. Comandado pela falta de comando. Outro dia onde só havia o dia, eu, a estrada, e o abismo. Dias onde não havia dia. Outro dia onde só havia eu, a estrada, e o abismo. Dias onde não haviam caminhos. Outro dia onde só havia eu, e o abismo. Outro dia onde só havia eu, e o abismo. Eu, e o abismo. Eu, e o abismo. Eu, e o abismo...
O abismo...
Fim

- Er, isso ficou muito... profundo, Tiago. Mas a proposta era uma redação sobre o seu cotidiano!
- ...Desculpe

Detesto

Detesto gente burra. Só não desejo sua morte pois vocês constituem 94% do planeta. Obrigado, tenham um bom dia.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

O verdadeiro motivo deu não ter parado de escrever

"-Fefa, vou parar de escrever"

"-Por que você vai trazer essa tristeza pro mundo?"

...

Ai... Casa comigo?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O último ato

Mantenha a ardência na garganta. Segure as lágrimas. Abaixe a cabeça. Faça uma reverência. Guarde todo o ódio e rancor. Sinta-os queimando e consumindo-o por dentro. Marque-os à ferro quente em seus ossos e em sua pele. Não ouse demonstrá-los, mas jamais esqueça. Cabeça erguida. Se chorar, chore em silêncio. Não permita de jeito nenhum que ela ouça. Não responda. Seja um ator. Torne-se uma farsa perfeita. Encarne o personagem. Leve-o para a cama. Não é de seu interesse manter conflitos agora. Não adiantará nada. Sob todos os aspectos, é debaixo da sombra de seus galhos que você permanece no momento. Então guarde seus pensamentos. Escravize sua vontade. Negue seu ego. Corte seu próprio corpo. Lamente que seja pautado no número de canhões à disposição. Em relações simples e puramente políticas. Sinta o remorso de não ser o leve crepitar de uma vela, ou o som de um conjunto de borboletas batendo suas asas. Mas não reclame. Espere. Deixe pra correr atrás de sua sanidade mais tarde. Espere o prato esfriar. Aguente. Não se dê ao luxo de cair aos pedaços. Recomponha-se. Não ouse cambalear. E mais importante:
Faça-a acreditar que a ama.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma última conversa antes de se abandonar a escola

As pessoas sempre reclamam de não ter sapatos até que vêem um homem sem pés, e aí reclamam de não ter uma cadeira de rodas elétrica. Por que? O que as faz se transferir automaticamente de um sistema estúpido a outro, e por que o livre-arbítrio só é usado nos detalhes e não em questões mais amplas? Em vez de "onde devo trabalhar?", por que não "devo trabalhar?" Em vez de "quando devo construir uma familia?", por que não "devo construir uma familia?". Por que não trocamos de país subitamente, de modo que todos na França se mudem para a Etiópia, e todos na Etiópia se mudem para a Grã-Bretanha, e todos na Grã-Bretanha se mudem para o Caribe, e assim por diante, até que finalmente tenhamos compartilhado o mundo como deveríamos e nos despojado de nossa lealdade vergonhosa, egoísta, sanguinária e fanática ao solo? Por que o livre arbítrio é desperdiçado com uma criatura que tem escolhas infinitas, mas finge que são apenas uma ou duas?
As pessoas são como joelhos golpeados com minúsculos martelos de borracha. Nietzsche era um martelo. Schopenhauer era um martelo. Darwin era um martelo. Eu não quero ser um martelo, porque sei como os joelhos vão reagir. É chato saber. Eu sei porque sei que as pessoas ACREDITAM. As pessoas tem orgulho de suas crenças. Seu orgulho as entrega. É o orgulho da propriedade. Todas as visões místicas me parecem muito ruidosas. Todos os mistérios deveriam ser ignorados pois nós os vemos. Mas a maioria acredita no que vê, entende? Elas não enxergam um processo em andamento. Acontece quando as pessoas vêem a morte, e isso ocorre o  tempo todo. Elas vêem a morte mas percebem a luz. Elas sentem a própria morte e dão a isso o nome de deus.
 Isso também acontece comigo. Quando sinto lá no fundo que há um significado no mundo, ou deus, eu sei que na verdade é a morte. Mas como eu não quero ver a morte à luz do dia, a mente confabula e diz: escute, você não vai morrer, não se preocupe, você é especial, você tem significado, o mundo tem significado, você não sente? Eu continuo vendo a morte e também a sinto. E minha mente diz: não pense na morte lalalala você sempre vai ser bonito e especial e nunca vai morrer nuncanuncanuncanunca você nunca ouviu falar da alma imortal? Bom, você tem uma muito boa.
Eu digo talvez, e minha mente diz: olhe este pôr-do-sol incrível, essas montanhas incríveis, olhe esta árvore magnífica! De onde mais isso poderia ter vindo senão da mão de um deus que vai embalar para todo o sempre? Então eu começo a acreditar em pântanos profundos! Quem não acreditaria? É assim que começa. Mas eu duvido. E minha mente diz: não se preocupe. você não vai morrer. Sua essência não vai perecer, não a parte que vale a pena ser conservada. Uma vez todos nós vemos o mundo inteiro de nossas camas. Na minha vez eu o rejeitei. Entende? Todas as vozes vem de dentro. A energia nuclear é uma perda de tempo. Eles deveriam andar por aí canalizando a energia do inconsciente durante o ato de negar a morte. É durante esse processo ardente que a crença é produzida, e se as chamas são mesmo quentes elas produzem a CERTEZA - filha feia da crença. Sentir que você sabe, de todo o coração, quem fez o universo, quem o controla, quem responde por ele, etc. é, com efeito, desvincular-se dele.
Os chamados religiosos, os chamados espiritualistas, os grupos que rapidamente renunciam à tradição ocidental do "consumismo que apazigua a alma" e afirmam que conforto é morte creem que isso só se aplica às posses materiais. Mas se o conforte é morte, isso deveria se aplicar sobretudo à mãe de todos os confortos, a certeza da crença - muito mais aconchegante que um sofá de couro macio ou uma banheira de hidromassagem, e que certamente mata um espírito ativo mais depressa que o controle remoto de um portão elético. Mas é dificil resistir à ilusão da certeza, e por isso você precisa manter um olho no processo, para que, ao ter todas as visões místicas do mundo inteiro e escutar todas as vozes quase sussurradas, possa rejeitá-las logo de cara e resisitir a tentação de se sentir especial e acreditar na imortalidade, pois sabemos que é apenas uma obra da morte. Você entende? Deus é a bela propaganda feita nas chamas do Homem. E tudo bem amar a deus porque você aprecia a maestria de sua criação, mas não precisa acreditar em um personagem só porque ficou impressionado com o autor. A MORTE E O HOMEM, os coautores de DEUS, são os escritores mais prolíficos do planeta. Sua produção é prodigiosa. Juntos, o inconsciente do Homem e a Morte inevitável criaram jesus, buda, maomé, para citar apenas alguns. E estes são apenas os personagens. Eles criaram o céu, o inferno, o paraíso, o limbo e o purgatório. E estes sao só os cenários! E o que mais?
TUDO, possivelmente. Essa parceria bem sucedida criou tudo no mundo, com exceção do próprio mundo. Tudo o que existe exceto o que já estava aqui quando o encontramos. Entende? Você compreende o processo? Os humanos são únicos neste mundo porque, ao contrário de todos os outros animais, desenvolveram uma consciência tão avançada com um terrivel subproduto: são as únicas criaturas conscientes de sua própria mortalidade. Essa verdade é tão assustadora que desde muito cedo os humanos a enterram bem fundo em seu inconsciente. E isso acabou transformado as pessoas em máquinas de sangue quente, fábricas de carne e osso que produzem significado. O significado que elas criam é canalizado em seus projetos de imortalidade - seus filhos, seus deuses, seus trabalhos artísticos, seus negócios, suas nações - projetos que, acreditam, sobreviverão a eles.
E aqui está o problema: as pessoas sentem que precisam dessas crenças pra viver, mas são inconscientemente suicidas por causa delas! É por isso que quando uma pessoa sacrifica a própria vida por uma causa religiosa, ela escolheu morrer não por um deus, mas a serviço de um medo primitivo inconsciente. Portanto, é esse medo que faz com que ela morra da própria coisa de que tem medo. Você vê? A ironia de seus projetos de imortalidade é que, embora tenham sido projetados pelo inconsciente para enganar a pessoas, dando a elas a idéia de que são seres excepcionais e prometendo-lhes vida eterna, o modo como elas se preocupam com seus projetos de imortalidade é exatamente aquilo que as mata. A negação da morte empurra as pessoas para o túmulo.
Só isso.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fim

Anuncio aqui o breve remate da minha impetuosa carreira de escritor, provocada pela ausência de fofões. Que o sol brilhe claro no seu horizonte e que o vento sopre nas direções que você desejar.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Estigma

Vou escrever esse, porque ela já escreveu muito por mim.

É isso. Não olhe pra trás. Nem ouse virar o rosto. Cabeça erguida. Peito estufado. Barriga encolhida, ombros pra trás, postura perfeita. Não tropece. Apresse seus metódicos passos de salto alto. Não quebre o ritmo. É isso aí, você está indo bem. O cabelo caiu no rosto, tire com a mão. Cuidado pro anel não arranhar os óculos escuros. Dobre a esquina. Perfeito. Continue assim, você não fez nada de errado. Ora, que poderia haver de errado em fazê-lo? Não é nada de mais, mesmo. Pessoas fazem esse tipo de coisa o tempo todo, você sabe. O sucesso de uns é construído em cima do fracasso de outros. Por que se preocupar, então? Você não fez nada de errado. Pronto, está quase lá. 12, 18, 21. O seu é o 72. Não falta muito. A bolsa vai escorregar, ajeite-a. Isso. Cuidado pro salto não prender nos paralelepípedos. Seria uma tragédia o salto quebrar agora, nem pense nisso. Não ouse se dar ao trabalho de ter que resolver o que fazer depois. Como se você já não estivesse ocupada antes. Ora, por favor, né? Olha os números. 112. Passou, desatenta. Preste mais atenção da próxima vez. Meia volta. Já não está andando há horas? Precisa se apressar, parece que já vai chover. 83, 76, 72. Aqui. Suba os três primeiros degraus enquanto procura as chaves na bolsa. Cuidado para não tropeçar. Isso, agora coloque na fechadura e gire. Entrou. Muito bem. Guarde as chaves e feche a porta. Encoste na porta de madeira e por ela escorregue até atingir o chão frio. Descanse a bolsa ao lado. O tapete está manchado. O que é isso? Olhe pras mãos. Hm? Onde arranjou isso, mulher? Esfregue as mãos. Ainda não saiu? Levante-se e vá se lavar agora, antes que suje mais a casa e dê trabalho de limpar depois. Banheiro. Pia. Ligue. Isso, esfregue. Coisinha teimosa, não? Sabonete, então. Esfregue. Esfregue. Mais forte. Saia, desgraçada. Porque não sai? Ora, saia. Por favor. Saia. Por favor... Eu imploro... Saia... Enquanto lamentava, desmoronou lentamente no chão olhando para as mãos. As manchas negras em seus dedos encaravam-na, como se desafiando a tentar removê-las. No entanto, já não poderia haver esperança. Uma vez contaminadas, suas mãos jamais poderiam ser limpas novamente.

domingo, 14 de agosto de 2011

Não confunda amor

Com desejos sexuais obscuros e inexplorados à sua espera

...

São coisas bem diferentes.

domingo, 7 de agosto de 2011

Ora,

Porque não há novos fofões no meu blog? Manifestem-se, desocupados!

Despertador

Uma coisa engraçada, o tempo. O único tempo importante é o agora. O futuro que era futuro já virou presente, e o presente já virou passado. Correndo o risco de cair no clichê, o tempo não pára. E ele é absurdamente rápido. O desanimador é que as pessoas sempre acham que sempre terão tempo pra fazer depois as coisas que gostam ou desejam, e continuam adiando indefinidamente. O tempo transformou-se em moeda. A cidade faz tudo correr mais rápido, prazos, entregas, eficiência, tempo, tempo, acabou o tempo, onde o tempo, não existe, estamos atrasados, não há tempo. Até que chega um ponto, aquele em que se descobre que há mais problemas do que soluções, em que se olha para trás e vê: você não fez nada do que queria. Desperdiçou todo o precioso tempo nas desimportâncias da vida cotidiana. Gastou seu dinheiro, trabalhou, comprou, viveu essa pré-experiência de vida, sem sal, sem gosto, e descobriu que a pré-experiência foi na realidade sua vida. Deu aquela atenção à coisas que seriam supostamente mais importantes. Esses seres humanos sempre acham que terão tempo, que ainda há tempo, que pode-se fazer depois. Esses seres deixam as coisas acontecerem por simples inércia. Por acharem que haverá tempo pra corrigir. Mas não, isso é um absurdo! Levante-se e grite. Não há tempo. O tempo é agora. O livro? Leia. A ligação? Faça. A reunião da velha turma? Organize. A comida? Experimente. A música? Ouça. O desejo? Satisfaça. A declaração de amor?

Sei

Que o vento que cortou a flor
passou também por nosso lar...



...e foi você quem desviou

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Humanos são fáceis de se reconhecer

São aqueles seres lutando a vida inteira, tentando de se livrar dos arames farpados criados por eles mesmos. Seu passado está atrás deles e o futuro adiante. Dificilmente olharão para os lados.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Exclusivo

De repente, eu senti aquela vontade. Uma vontade esquisita, mas bem familiar mesmo. Dentre as vontades, aquela que todo mundo entende e ninguém sabe explicar. Uma vontade louca. Aquela vontade de passar o dia inteiro só deitado agarradinhos. Vontade de ouvir como todos os babacas ousaram ferir o seu coração, e prometer que nunca farei algo parecido. De passar fins de semana com chuva vendo filmes ruins em casa cobertos por um cobertor e comendo alguma porcaria. De planejar coisas, coisas que com certeza nunca iremos fazer mas que por algum motivo só planejá-las com você já serve pra mim. Vontade de falar sobre tudo e sobre nada. De poder dizer besteiras e fazer piadas que não são engraçadas, mas que mesmo assim fiquemos rindo por horas. De deitar na grama e passar a madrugada olhando o céu estrelado. De gastar dinheiro indo ao cinema pra não ver o filme. De ir à praia assistir o pôr-do-sol de mãos dadas. De sair de casa pra tomar sorvete de chocolate. De comprar um novo celular e gastar uma fortuna em mensagens todos os dias. De sobreviver durante uma semana só com queijo quente e brigadeiro. De tomar longos banhos esfumaçantes e nada ecológicos. De elogiar o seu talento pro que quer que esteja querendo fazer. De me sentir intimidado pelo seu pai e de elogiar a comida da sua mãe por pior que seja. De conhecer a sua irmã e ficar nervoso querendo que ela me ache legal. Vontade de perder a conta de dizer o quanto sou louco pelos seus olhos castanhos.
...


-Ei, você quer namorar?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Reflexões da Madrugada pt. 3

Escolher o futuro é decidir como o passado vai nos afetar.

Reflexões da Madrugada pt. 2

A solidão, na realidade, não passa do único momento no qual você pode expressar todas as suas vontades e todas as suas verdades ao mesmo tempo. E ali você enxerga que desde que você nasceu, você é solitário.

Reflexões da Madrugada

Não fui criado por deus. Não fui criado pelo diabo. Fui criado pela vida. E quem é criado pela vida, apenas vive. E então aqui estou eu...

Ainda vivendo...


(Nota para as reflexões da madrugada: Na verdade são duas da manhã, e não nove. Obrigado, tenha uma boa noite)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Rachadura

Você, meu querido, é um barril de pólvora. É tão mau ator que seu nervosismo reprimido e sua ridícula tensão mal disfarçada explodem frequentemente numa reação em cadeia. Seja por favor mais sensato e não se deixe inflamar por essas cargas patéticas de raiva. Deixe de infantilidade e aprenda a fundamentar corretamente seus próprios argumentos; não perca tempo mantendo essa atitude displiscente e masoquista de ser contra tudo e contra todos. Seria até útil se você soubesse, e ao menos tentasse agradar. Aprenda a ter a capacidade de ser tocado e render-se a gestos e palavras gentis. Não descontrole-se por tais fúteis ninharias. Sua má atuação desabrocha de novo claramente na sua pose blasê de frio, racional e realista; somente más construções de um muro translúcido erguido inutilmente numa tentativa de ocultar a sua personalidade irritadiça e passional. Sua contradição de nascença revela-se pelo seu depósito de lembranças, quinquilharias e cacarecos sem valor. Anseia esperançosamente pelo futuro por simplesmente não ser capaz de desvencilhar-se do passado. Não ser capaz de desapegar-se de nada. Cultiva piamente o feio e o mau gosto para tentar agredir essa beleza e suavidade que tanto o desagradam.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

O que eu fui pra você, afinal?

"-Alguém útil num tempo necessário"


...
Que foi? Não era pra dizer a verdade?

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Conto de Fadas

Tranca quebrada. Porta velha e cedendo. Assoalho empoeirado coberto de cacos de vidro e tábuas levantadas. Cortinas rasgadas. Colchão arruinado e manchado. Cama podre, carcomida e prestes a desabar. Retrato arrancado da moldura. Quadros destruídos. Penteadeira caída e com o espelho rachado. Caixinha de música despedaçada. Gavetas vazias jogadas pelo chão. Tapete engruvinhado e coberto de sujeira. Na parede cinzenta, centenas de riscos de giz verticais, cada um cortado por um risco horizontal menor. Janelas estilhaçadas, por onde a natureza já entrava. Amarrada no parapeito, uma corrente gigantesca indo até o chão, feita de centenas de lenços amarrados juntos.


"É. Ela enfim descobriu que o príncipe não viria"

sábado, 25 de junho de 2011

Tentativa de Poema

Morta estava ela
despedaçada e rasgada
sem pétalas
uma a uma
somente o que restou
do que um dia foi inteira
seu corpo
sua mente
estilhaçados
vaso quebrado
mas a flor camuflada
não sangra
jamais

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Triste

"-Você parece triste, o que houve?"
"-Nada"
"-Tudo bem, me conta, pode confiar em mim"

EU SOU OBRIGADO A ESTAR TRISTE, CARALHO?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ironia

É muito idiota essa pessoa que consegue se emocionar com as próprias histórias, serinho.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Desnecessário

O mundo é cheio de poetas
não precisamos de mais um
O mundo é cheio de amantes
não precisamos de mais um
O mundo é cheio de adolescentes problemáticos
não precisamos de mais um

quarta-feira, 15 de junho de 2011

domingo, 12 de junho de 2011

Página

Numa quinta-feira de manhã, Mariana acordou. Cantarolou uma música qualquer enquanto tomava banho, e se secou. Vestiu uma de suas melhores combinações de roupas. Um brinco de argola perfeito, um short jeans perfeito, uma sandália perfeita e uma blusa preta perfeita. Foi tomar seu café. Deu um beijo de bom-dia na mãe que já a esperava na mesa, e preparou para si mesma um sanduíche delicioso. Conversou sobre a previsão do tempo, que anunciava sol depois de vários dias nublados. Voltou para o banheiro, escovou os dentes e colocou um perfume maravilhoso. Deu uma última balançada nos longos cabelos castanho-claros lisos, e resolveu-se por colocar uma presilha. Perfeito. Saiu de casa e pegou um ônibus. Um senhor que entrava à sua frente pagou a passagem com uma nota de vinte e a trocadora não tinha troco. O senhor então pediu para que tirasse a passagem de Mariana junto com a dele. A garota deu um sorriso perfeito e agradeceu. Chegou na escola após conversar animadamente o caminho inteiro com o senhor. Após dar bom-dia, todos os seus amigos disseram a ela o quanto estava linda hoje. Todos os professores disseram a ela o quanto estava participativa na aula hoje. Mariana apenas sorria de orelha a orelha e agradecia. Descobriu que havia gabaritado a prova de matemática, acertando inclusive o desafio que valia ponto extra. Durante a aula, viu um garoto encolhido num canto e imaginou o que haveria com ele. No recreio, juntou-se com as melhores amigas para rir e admirar os rapazes jogando futebol. No almoço, viu que sua mãe havia colocado para ela estrogonofe com arroz branco e batata palha. Foi liberada mais cedo naquele dia. Voltou de carona para casa com uma amiga com quem não falava havia muito tempo, e aproveitou para colocar o papo em dia e perceber que a amizade não mudara nada depois de tanto tempo. A amiga chamou-a para passar a tarde na casa dela. Mariana aceitou e elas se divertiram apagando as luzes, ligando a música ao máximo e dançando como se ninguém estivesse em casa. Mariana então caminhava de volta para casa. Acabou encontrando com a mãe que voltava do trabalho e pegou uma carona. No caminho, pararam no super mercado para comprar um sorvete de chocolate, o preferido de Mariana. Chegaram em casa, e jantaram. A filha se ofereceu para lavar a louça, para que a mãe pudesse descansar mais. Após terminar, a menina foi para o quarto. Fechou a porta, colocou uma música para tocar. Aproveitou o som da música durante algumas horas, escreveu um bilhete, foi ao banheiro, pegou uma gilete, cortou os pulsos e caiu em meio ao próprio sangue.

...

The Man Who Sold The World

"Legal que você cantou uma música do Nirvana"
...
"Vão se fuder, seus perturbadores"

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ele

Vocês podem por favor me tirar daqui? Eu não aguento mais ouvir suas baboseiras. Vocês desandam a falar por não terem nada a dizer. Mas se ele olha pra nós, eu imagino o que será que ele pensa. Você acha que ele está satisfeito? Talvez ele pense que as coisas que fazemos são perda de tempo. Talvez ele pense que o caminho que escolhemos é razoável. Talvez ele não seja muito bom em lembrar nomes. Talvez o carro que ele dirige não tenha seguro. Talvez ele seja anoréxico, ou esteja com falta de grana. Talvez ele fume maconha ou cheire cocaína. Talvez ele não tenha nenhuma noção de certo e errado. Talvez ele não tenha nenhuma capacidade de decidir nada. Talvez os assuntos com ele não sejam nada interessantes. Você acha que as pessoas que ele mais gosta são as brancas? Você acha que ele já foi preso por sonegar impostos? Você acha que ele pensa que gente demais já morreu por ele? Na época de eleições, por quem você acha que ele vota? A única coisa que ele sabe é que "as coisas estão assim há tempo demais".

Coxinhas

"-Ei diana"
"-Oi"
"-Sobre o que eu escrevo?"
"Sobre coxinha"
...

POIS BEM. Existe salgadinho mais maravilhoso que coxinha? Não se dê ao trabalho, eu respondo. Óbvio que não, e eu vou explicar o porque. Primeiro, o formato dela. Não existe formato mais perfeitamente designado para sua mão, sério. Você segura na pontinha e come, cara. Agora diz. QUEM QUER MAIS NA VIDA? Muito bem. Passemos para o segundo. Eu só como carne de frango e de peixe, então eu ficava muito triste nas festinhas de criança por não poder comer aqueles kibes sedutores e maravilhosos. A coxinha salvou minha infância trocentas milhões de vezes, por me incluir com as outras crianças que estavam comendo e por me impedir de morrer de fome. Round 3. Coxinhas vem com catupiry. Poucas combinações fazem tanto sucesso com o paladar do público que frango com catupiry, e você não pode negar, mesmo que frango com catupiry não seja sua praia (Qual o seu problema, cara?). Fato 4. Coxinhas podem vir em tamanhos diferentes. Dessa forma, elas são sempre bem-vindas. Quando você tá com fome e come aquelas enormes, e quando tá só com gula e come as pequenininhas lindas. E finalmente: é graças às coxinhas que você pode fazer COXINHAAA quando alguém for fazer high-five. Fuckyea.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Brinde

Ao desejo pelas coisas produzidas por nós mesmos. À ansiedade por não sermos capazes de tudo conhecer e adquirir. Ao movimento incessante das ruas. À sensação de solidão mesmo cercados por uma multidão. À liberdade por andarmos sem explicar o por quê do modo como nos vestimos. Ao receio de não sermos socorridos caso necessitemos. Ao gosto de saber que não somos vigiados por nossos conhecidos. E ao medo de não sermos conhecidos por ninguém.

domingo, 5 de junho de 2011

Iaiá

Se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade

Domingo

Não há música que eu queira ouvir. Não há jogo que eu queira jogar. Não há pessoa com quem eu queira falar. Não há coisa que eu queira fazer.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Novo Look

"Mas porque você mudou?"

Simples. Porque o objetivo do blog antigo era outro. O estilo do blog antigo não acompanhava o estilo das minhas novas criações, então tive de mudar para algo que combine melhor. As mudanças são parte da vida dos seres humanos e são absolutamente necessárias e recomendadas. Não significa agora eu vá fazer textos depressivos sobre cortar os pulsos (sim, estou falando com você) ou só sobre coisas pesadas, mórbidas ou tristes. Se você acha que é isso, então você não captou nem 5% do princípio da mudança. Eu vou continuar fazendo textos sobre tudo que eu quiser, inclusive as coisas "nada a ver", como eu já mostrei no título desse post. Apenas mantenham em mente que só porque as coisas mudam não quer dizer que tenham se tornado melhores.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Senhor João Vitor Léste

O senhor é incrivelmente e inimaginavelmente irritante. Espero que tenha consciência disso. Sim, eu sei que você está lendo. Obrigado por sua atenção, tenha uma boa tarde.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Trabalho de História

Gente, de algum jeito mágico e mirabolante, as visitas no meu blog estão subindo monstruosamente num ritmo antes nunca visto, é incrível pessoal, elas ultrapassam a primeira, a segunda, a terceira E CHEGAM EM PRIMEIRO AEE ARRIBAAAA. Ok, eu não quero fazer meu trabalho de história. Mas eu tenho que, porque eu tirei 5 na média e isso não é lá muito legal. Aí, pra aumentar a minha preguiça, eu vou ter que ir numa comemoração do aniversário do Efeitosdacriseemsaopaulo daqui a pouco. QUER QUE EU FAÇA O TRABALHO COMO, HOMEM? ORR, MORRE NN. Além do mais, eu queria continuar meu desenho boladão. E é isso. Amo Silent Hill q.
Edit: Vou fazer um post sobre o cabeça de triângulo s2s2

Música

De todas as drogas, a que eu mais gosto é a música. De todas as porcarias, a que eu mais preciso é a música. De todas as garotas, a que eu levo pra casa é a música. De todos os garotos, aquele que eu pego é a música. Música é minha namorada, música é minha amante. Música é o fim da linha. Música é minha melhor amiga. Música é meu irmão, música é minha irmã. Música é minha bisneta.  De todas as merdas, a que eu preciso comprar é a música. De todos os empregos, o mais foda é a música. De todas as bebidas, eu me embebedo com música. De todas as piranhas, a que eu quero comer é a música. Música é meu puteiro. Música é minha cidade natal. Música é minha cama de casal. Música é onde eu encontro meus amigos. Música é minha massagem nas costas. Música é meu banho quente. Música é a melhor das minhas transas. Na minha música, é onde eu quero que você pegue.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Escrever

Eu não queria fazer meu resumo de história, eu queria escrever. Foi então que eu descobri que eu não tenho nada sobre o que escrever.

P.S: Exceto talvez pelo fato do meu blog ter atingido SEIS MIL VISITAS OH YEAH!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Meh [4]

A chave novamente desanimada rodava lenta e cansada na fechadura da grande porta de madeira, antes de ser guardada novamente no bolso do jeans junto do chaveiro de Cancun. Andava vagarosamente pelo corredor escuro, tateando à procura de algo que me guiasse os passos. E então, após esbarrar no interruptor, todas as luzes da enorme sala se acenderam, numa saudação à minha chegada. O som dos passos pesados e arrastados batendo contra a madeira polida ecoava pela grande mansão, antes de serem substituidos por sons mais baixos, como os de quem anda por cima de um tapete de seda. Recebendo-me, uma enorme escada enfeitada por uma passadeira de veludo negro seguia em direção aos andares superiores. Ignorei-a e entrei por uma das inúmeras portas que se projetavam naquela sala, todas entalhadas no mesmo padrão monótono. Encontrei as luzes já acesas e a grande mesa de jantar já posta. Era um móvel luxuoso e ocupava uma grande parte da sala. Sentei-me à cabeceira numa cadeira majestosa, onde o assento era também de veludo negro. Fileira após fileira de castiçais de bronze estendiam-se de uma ponta à outra da mesa em intervalos calculadamente iguais. Bandeijas após bandejas de prata onde depositavam-se os mais variados pratos ocupavam grande parte do espaço disponível na toalha branca. Talheres, tigelas, xícaras e bules de porcelana dividiam a atenção com a multidão de garrafas de bebidas importadas de marcas das quais nunca sequer ouvira falar. Reluzentes taças de cristal refletiam a luz do esplêndido lustre no teto. Diretamente à minha frente e atrás da cadeira da cabeceira oposta, mais dois castiçais descansavam na prateleira acima do buraco da lareira. No meio deles, um quadro chamava novamente a minha atenção, embora já o tivesse visto inúmeras vezes no passado. Apenas se representavam a cabeça e os ombros das duas figuras que se distinguiam do fundo preto. Um homem velho encarava por detrás de óculos de meia-lua com um olhar severo e impassível. O tempo havia deixado suas marcas em seu rosto. Usava um terno de tom escuro. Sua mão esquerda por onde corriam veias azuis estava apoiada no ombro de uma mulher. Ela usava um longo vestido preto e um colar de pérolas que dava muitas voltas ao redor de seu colo e pescoço. Seus longos e ondulados cabelos ruivos escorriam até os seios. Seu semblante era apático e inexpressivo. Os olhos heterocromáticos verde-esmeralda e azul piscina não transpareciam qualquer sombra de emoção. A moldura oval era dourada e ricamente adornada. Encima, em letras grandes, encontrava-se escrito "Ritz". Tsc. Desviei o olhar para a comida em meu prato e fitei-a durante alguns instantes, antes de dar um longo suspiro e começar a comer. O único som que permanecia era o tique-taque do relógio de pêndulo, repetido e ritmado. Terminei o jantar e levantei-me. Observei por alguns momentos os dois outros pratos que ainda encontravam-se na mesa, intactos como os haviam posto. Suspirei novamente, e saí pela porta que entrei. Subi pela escada e entrei pelas portas duplas logo em frente. As luzes acenderam-se sozinhas. A decoração era rica, porém vetusta. Nas paredes estavam pendurados diversos troféus, misturados com quadros de estilo gótico e sombrio. A cama era ocupada por um mar de almofadas e travesseiros diferentes, combinando com a colcha vermelho-vinho. Uma enorme janela por onde era possível se ver a entrada da mansão estava tapada por longas cortinas de veludo. Caminhei pelo carpete cinza até o banheiro. Os tênis, as meias, a camisa, o casaco e o jeans agora se amontoavam no chão de pedra frio. Parei um instante e me aproximei para observar melhor a estranha figura que olhava em minha direção. Era um garoto de uns 15 anos de idade. A franja loira e arrepiada escondia um pedaço da testa e virava levemente para a direita acompanhando todo o cabelo, antes de chegar aos olhos verdes. Olhos que pareciam alheios à própria beleza da mesma forma que evitavam contato com os outros. Ombros largos e um corpo magro não muito forte. Tiago, murmurei, antes de suspirar novamente. Desviei o rosto do espelho, e encarei o objeto responsável por proporcionar horas de indecisão durante todas as noites nos últimos meses. Era como se minutos de prazer estonteante pudessem ser proporcionados por um único movimento. A visão sedutora e atrativa do objeto hipnotizava e impossibilitava a organização dos pensamentos, e eles entupiam a cabeça até não aguentar mais. Céu, quadro, vento, nuvem, sol, chuva praia carro rua onibus motoristabueirosinalunhasvermelhosangueprateadordiochiadocosufocalorprédiofogoexplosão. Balancei a cabeça rapidamente, me livrando de um devaneio. Apaguei as luzes e caminhei até a cama, deixando sozinho o gilete encima da pia.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Apatia

A luz da velha e fraca luminária retorcida era a única coisa a se ver em meio à escuridão fria da noite. As grandes nuvens negras impossibilitavam a passagem de qualquer resquício de luminosidade que a lua poderia sequer imaginar transmitir à rua. O vento frio vindo do mar balançava as frágeis e esfarrapadas cortinas brancas de pano, fazendo-as lançarem sombras na parede. A cadeira carcomida de madeira rangia, quase cedendo ao peso da figura curvada sentada sobre ela. Demorados e longos movimentos rabiscados eram quase incapazes de quebrar o silêncio, cujo desejo era manter-se ali acima de tudo. O ser cansado era o poeta. Cansava-se de tudo. Da pressão exercida pelas expectativas de pessoas. De seres infinitamente desagradáveis se dedicando a falar e falar por horas a fio. Cansado da falsidade, da inveja e da energia negativa. Da náusea e do enjoô durante o dia. Da insônia e da enxaqueca durante a noite. Cansado de sentir-se cansado todos os momentos de sua vida. Cansado do tempo bastardo que desliza como grãos de areia por entre os dedos. Cansado da comodidade. De ter de fazer coisas impostas a ele sem que ninguém se perguntasse o que poderia passar por sua cabeça. Cansado de laços desatados por simples inércia. Cansado de ter que se conformar. Ter que se acostumar. Exausto da falta de significado. Farto de "a vida é assim mesmo". Se a vida é assim mesmo, então talvez, só talvez, as coisas possam ser diferentes. Se a vida é realmente assim mesmo, talvez para aquele ser cansado e curvado sobre sua escrita, o melhor na verdade seja...

Grawr

domingo, 1 de maio de 2011

Seguindo

Ai jesus amado, alguém me ajude a mexer nesse blogger. A fotinha que aparece no meu perfil foi a que eu escolhi e talz, bonitinho. Aí eu notei que a fotinha não aparecia nos blogs que eu sigo, ok, estou perfeitamente feliz vivendo com essa dor constante. Aí eu fui seguir o blog do arthur, quando me deram a opção de mudar a imagem. Foi quando eu, serelepe e saltitante, pus uma foto. AÍ EU PERCEBI QUE A MINHA FOTO DO PERFIL DO BLOGGER E A QUE EU SIGO SÃO DIFERENTES, E EU TO COMEÇANDO A ACHAR QUE EU SOU DUAS PESSOAS DIFERENTES ORRR, COMOFAS. Crise de identidade aqui, beijos me liga, ou não.

Cara

Cara, eu acho que esse blogger tem algum problema, porque ele inventa uns horários malucos pras minhas postagens. Sério, eu postei um texto ontem às duas da manhã e ele disse que eu postei oito da noite de hoje. SENDO QUE NÃO SÃO OITO DA NOITE AINDA, ORR. Agora são 17:46, vamos ver que horas ele vai dizer que eu postei isso.

sábado, 30 de abril de 2011

Salto alto

O maior exemplo de que as mulheres conseguem suportar a dor sem sequer tropeçar

terça-feira, 26 de abril de 2011

Idiota

"Eu disse que você é idiota. Não disse que eu não sou."

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fazer

Eu não faço nada do que eu quero, e não quero fazer nada

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Narcisista

Minha mãe diz pra eu parar de ser narcisista. Mas sinceramente, você já olhou pra mim?

Olha como eu sou fofão

Tem que clicar q

ORR, QUE GORDO

sábado, 9 de abril de 2011

Which Silent Hill Character Are You?

 
"O único motivo pela qual ela ainda estava viva era porque ela acreditava ser diferente dos outros, que estavam mortos. Entrando em contato com a triste realidade, ela pede ajuda, mas o único que poderia fazê-lo resolve por empurrá-la e sair correndo. Chorando, ela começa a sangrar por todos os orifícios e desaparece logo em seguida."

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Se...

Se eu escrevo um texto e peço que leiam com o coração, é porque a dor não está cabendo só no meu...

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Meh [3]

-Julia?
Foi quando ela se virou, e finalmente pude observá-la. Seus lábios eram vermelhos como uma maçã. Seus cabelos, lisos, cor de ébano, tinham as pontas pintadas de loiro e escorriam até os ombros. No seu pescoço, um colar com um detalhado pingente de borboleta. Usava um colete aberto com três botões dourados do lado esquerdo. Por baixo do colete, uma blusa branca de manga. Simples, e sem estampas. Um short jeans pelo qual atravessava um cinto deixava à mostra suas coxas bonitas. Um par de botas pretas de cano alto com curtos saltos grossos cobriam suas pernas e a deixavam da mesma altura que eu. No entanto, o que mais chamava a atenção eram seus olhos claros. Prateados, de tão claros. Afiados. Penetrantes. Encará-los transmitia uma sensação esquisita. Era sentir como se numa pontada de gelo tivessem atravessado pela minha cabeça e estivessem tateando por toda parte dentro do meu crânio. A pupila quase que pulsava no meio da imensidão prateada. Como se palpitasse. Como se estivesse viva.
-Não... você não é... Constatei, obviamente transtornado
-Eu pareço com a sua namorada? Respondeu a garota, rindo sarcasticamente e me observando com aqueles olhos.
-Ex-namorada...
-Não me diga. O que houve, bonitão? Não se comportou? Hehe...
-Não diga besteiras. Houve um acidente... Incapaz de continuar a observar aquele rosto, virei o olhar
-Mas é impressionante - disse eu, me animando novamente. - Você poderia ser a gêmea dela! O seu rosto, a sua voz... Só o seu cabelo e os seus olhos são diferentes! Enquanto eu falava, ela meramente se encostou na parede de um prédio e dedicou-se a observar as longas unhas pintadas de vermelho-vivo.
-O meu nome - disse ela, virando novamente na minha direção - é Juliana. Eu não pareço algum tipo de... fantasma, pareço? Eu sou de verdade. Se tem dúvidas, veja se sua mão atravessa o meu corpo... Dizendo isso, avançou e com as duas mãos, colocou a minha em seu colo. Sob minha palma, uma superfície quente.
-V-você realmente não é a Julia... Constatei, enquanto tirava a mão rapidamente.
-Eu já disse, - ela continou, inalterada pela minha reação brusca, - meu nome é Juliana. Mas... ela demorou-se, e começou a andar ao meu redor lentamente. Cada gesto, cada passo que dava era leve, devagar, etéreo, como se flutuasse logo acima do chão.
-Eu pareço com a Julia... não é? Você a amava... não é? Ou... -nesse momento, ela colocou a mão direita no meu ombro direito e eu olhei de leve para o lado, onde podia observar suas unhas. Ela então aproximou seus lábios dos meus ouvidos, me fazendo ter um arrepio. - Talvez você a odiasse...
-Não seja ridícula! Falei severamente, me desvencilhando dela e olhando em seus olhos.
-Não fique com raiva, eu estava só brincando, hehe...
-Tsc. Esqueça...
-O que isso quer dizer? - Perguntou, colocando ambas as mãos na cintura. - Veio falar comigo só porque eu pareço com a sua ex namorada? Agora vai simplesmente esquecer que me viu, só porque eu não estou morta!? Sua voz havia subitamente se alterado para uma mistura de angústia e raiva.
-O-o que você propõe?
-Pôr-do-sol na praia, bonitão. Quando quiser me ver, é só aparecer lá. - Como que por manha de criança, a voz havia voltado ao normal.
-Então tudo bem... E nos despedimos. Fiquei observando enquanto ela andava pela rua cada vez mais distante, até desaparecer noite adentro.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Meh [2]

-Continuação-

O sol já estava se pondo quando saí. Centenas de adolescentes iam de encontro aos pais que os esperavam com a porta do carro já aberta. Alguns outros se reuniam e iam a pé. Era um dos poucos que caminhava sozinho. Mas pouco importava. Ficar sozinho já não era mais um problema. Peguei o caminho em direção à praia. A distância era um tanto mais longa, mas a jornada era mais prazerosa. Andando pela rua da praia, observava o contraste entre as paisagens. À direita, um labirinto de prédios erguia-se em direção ao infinito, manchados pela cor triste e monótona do cinza. Gente era vista nas janelas. Gente alheia à qualquer um dos significados reais de qualquer coisa. Gente com o rosto transbordando de ignorância e superficialidade. Simplesmente Gente. Daquelas que vemos todos os dias na rua passando pela nossa frente. É Gente. Não chegam nem perto de serem pessoas.
À esquerda, a praia. O sol se punha atrás do mar, tingindo o céu ao redor de vermelho. O mar, calmo e sem ondas, dedicava-se unicamente à refletir a luz do sol, duplicando sua beleza. Na areia, algumas poucas pessoas ainda se davam conta da verdadeira maravilha que é um pôr-do-sol, enquanto as outras iam embora sem olhar para trás. A brisa do mar balançava calmamente as copas dos coqueiros, que lançavam suas sombras em meio à calçada. O caminho era tranquilo. Até que num súbito olhar, tão rápida quanto um lance de vista, ela passou pela minha frente. Congelei. Nada pude fazer enquanto ela andava com passos leves e rápidos diante de mim, até dobrar a esquina. Julia...?
Despertando de repente, comecei a correr em sua direção o mais rápido que pude, e entrei na mesma rua. Onde estaria? Olhei para os lados, aflito, com o coração disparando. Não podia perdê-la de vista. Foi então que, de longe, a vi novamente. Ela seguia reto pela rua longa e descuidada, onde latas de lixo se encontravam caídas na frente dos prédios. Não havia tempo a perder. Comecei a correr. Não sei exatamente por quanto tempo corri, pois a cada passo que dava, parecia-me que o caminho se distorcia numa tentativa de ficar mais longo. Só sei que quando parei, logo atrás dela, o universo parecia ter mudado completamente ao meu redor. Já estava de noite, e a rua estava deserta. A escuridão parecia comprimir o meu corpo em todas as direções, provocando uma sensação claustrofóbica. Uma ligeira falta de ar. O frio, até então despercebido por conta da correria, começava a dar sinais de presença, gelando meu nariz e fazendo fumaça sair de minha boca ofegante à cada respiração. Ela ainda se encontrava na minha frente, andando, calma e alheia a tudo. No momento em que dei o primeiro passo, no entanto, me bateu, como um turbilhão repentino em um mar sem ondas. O que estava fazendo ali? Perseguindo pela rua uma garota já morta? E mesmo que por uma brincadeira de mau gosto do destino estivesse viva, de que adiantaria? O que faria? O que diria? Ela se lembraria? Diria que estava bem? Que sentia saudades, mas que havia fingido a própria morte? Mas será que não estaria sendo otimista demais...? E se não for ela? Teria corrido durante horas à toa? Teria tido um falso lampejo de esperança, agora prestes a ser esmagado como poeira? Como se nunca houvesse existido? É inútil. E depois de instantes inacabáveis estando ali, parado, me virei de costas e comecei a andar. Não poderia haver mais nada pra mim ali.

domingo, 27 de março de 2011

22

Lily Allen - 22
Quando ela tinha 22, o seu futuro era claro. Agora ela tem quase 30 e está saindo toda noite. Eu vejo o modo como ela anda, e vejo aquele olhar. Ela pensa "como eu cheguei aqui?" e se pergunta o porquê.
Ela tem um emprego ok, mas não é uma carreira. Sempre que pensa sobre isso, lhe vem as lágrimas. Tudo que ela quer é um namorado, não mais casos de uma noite. Ela pensa "como cheguei aqui? Estou fazendo tudo que posso..." Triste mas verdade, a sociedade já disse, a vida dela acabou. Não há nada a fazer, e nada a dizer. Até que o homem de seus sonhos a pegue e a coloque, encima de seu ombro. Mas é tão improvável nessa idade.

sexta-feira, 25 de março de 2011

O dia-a-dia do amor

- Matheeuuus! ♥
- Fala.
- Matheus, você gosta de mim? *-*
- Não.
- Não? D:
- Não. Você ainda tinha dúvidas disso? Qual o seu problema?
- Mas, mas... poxa, porque você não gosta de mim? DD:
- Porque eu gostaria de você, pra começar?
- Aaii, seu malvado Dx *sai correndo chorando e se encolhe em algum canto*
- Ai, de novo... *vai atrás e senta do lado*
- V-você não gosta de mim, eu vou ligar pro meu pai e ir pra casa ;_;
- Vai nada, seu pai tá trabalhando
- Bubu, não importa, eu vou pra rua então, qualquer coisa é melhor do que ficar aqui ouvindo você dizer que não gosta de mim ;_;
- Ai, porque você fica me enchendo o saco com isso?
- Porque eu gosto MUITO de você e você fica aí dizendo que não gosta de mim. S-se você não gosta de mim, o que eu to fazendo na sua casa?
- Você veio porque quis.
- Você convidou!
- E você aceitou o convite.
- AAI, TÁ BOM ENTÃO, JÁ ENTENDI QUE VOCÊ ME ODEIA >.< *corre pra outro canto, ainda chorando, e pega uma tesoura*
- É uma tesoura sem ponta ¬¬
- ENTÃO EU ENGULO ELA U_U
- Ai, tá. Quer saber porque eu não gosto de você?
- Quero ;_;
- Então chega mais perto.
*se aproxima*
- Mais perto.
*se aproxima mais*
- Mais um pouco.
*fica bem perto e de frente pra mim*
- Ótimo - com a mão direita, envolvo sua cintura e com a esquerda, faço uma concha ao redor do seu ouvido- quer saber porque eu não gosto de você?
- Porque? >.< *fecha os olhos bem apertados*
- É que eu te amo...
- AAWWN, MATHEUS, EU VOU CHORAR x3
- Mais?
- É, porque você é um fofão :3 e eu também te amo ♥

Poisé. Isso rolava TODO. SANTO. DIA. Eu até digo que não, mas realmente, isso faz muita falta...

sábado, 19 de março de 2011

Playing God

Paramore - Playing God
If God's the game that you're playing
well we must get more acquainted
Cause it has to be so lonely
to be the only one who's holy
It's just my humble opinion
but it's one that I believe in
You don't deserve a point of view
if the only thing you see is you
I know you won't believe me
but the way I, way I see it
next time you point a finger, I'll put you to the mirror

segunda-feira, 14 de março de 2011

Meh

Bom, isso é uma história grande que eu to escrevendo e blaus, vou postar o primeiro parágrafo pra vocês verem se eu continuo. E por favor digam alguma coisa, qualquer coisa, mesmo que seja pra xingar deus e o mundo ou dizerem que gostam de batata. Ou não. Enfim.



Por toda parte. Escuro, viscoso, quase cor de vinho, escorrendo lentamente pela rua até entrar num bueiro e desaparecer. Os gritos. As pessoas correndo.  O motorista desesperado saindo do carro com as mãos na cabeça, gritando. Ela apareceu do nada. Não deu tempo, ele dizia, numa tentativa de convencer a si mesmo do que havia acontecido.  Mas já era tarde. As nuvens negras, que pairavam sobre a cidade o dia todo, não conseguiram mais se conter e desabaram, sobre as cabeças dos que observavam com expressões de horror estampadas no rosto. Mesmo assim, a chuva era incapaz de lavar a substância, presa à rua como cola. Como se desejasse continuar ali. Como se desejasse manter tudo ali, da forma como havia ocorrido. Tudo que era incapaz de ser esquecido. Incapaz de ser superado. Ainda era possível sentir o cheiro de perfume que ela deixava por onde passava. Ainda era possível vê-la sorrindo e soprando beijos.  Ainda era possível ver o carro que vinha rápido. Rápido demais. Julia...
                -Olá!
                -Hãn? Eu olhei pra cima e respondi, como se acordando de um sonho.
                -Eu disse olá! Você é novo aqui, não é? Disse a voz, tirando-me de meus pensamentos. A garota usava havaianas brancas. Uma tornozeleira com a figura de uma baleia estava amarrada em seu devido lugar. Um short branco e uma leve camisa amarela com mangas era o que ela vestia. Sorrindo, o aparelho em seus dentes. Seus olhos amendoados olhavam animados e curiosos, como quem admira um brinquedo novo. Sua franja e seu longo rabo-de-cavalo castanho claro escapavam por debaixo do boné.
                -S-sim, é meu primeiro ano.
                -É, dá pra perceber. Mas você sabe que não vai conseguir fazer muitos amigos se ficar deitado num banco olhando pro céu, né?
                -Desculpe...
                -Ei, relaxa, não precisa ficar triste. E sabe por quê? Porque eu vou ser sua primeira amiga aqui! Meu nome é Maria, e você é o...?
                -Tiago.
                -Então, Tiago, sobre o que você tanto pensava enquanto olhava pro céu?
                -Ah, nada de mais. Só me lembrando de uma história antiga...


Bom, é isso. Digam o que acharam e por favor me deêm dicas pro nome dessa desgraçada, porque nada tá funfando. Obrigado pela atenção, tenham uma boa tarde.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ódio

Tão bonzinho. Tão fofinho. Tão amoroso. Tão bonitinho. Me enoja. Quando que a verdade vai vir à tona que eu não quero esse tipo de coisa? Sério. É completamente ridículo você falando. Pare de ser legal. Eu não quero que você seja legal. Não quero que você procure jeitos ou motivos de "consertar". Eu quero que você me odeie. Não só quero. Eu preciso. Eu tenho essa necessidade absurda e doentia que você me odeie. Eu quero que você me xingue. Que você grite pro mundo o quanto você me acha repugnante. O quanto me acha babaca, insensível e escroto. Quero que você diga que fomos um erro. Quero que você se arrependa, e espalhe pra todos os nossos amigos que eu fui a pior coisa que aconteceu na sua vida. Quero que você rasgue as minhas fotos. Que queime os meus textos, e que cuspa no chão quando ouvir o meu nome. Eu desejo que você seja cruel comigo. Que venha falar comigo só pra me contar que toda e qualquer coisa bonita que você algum dia já me disse foi mentira. Contar que sente ódio de mim. Que nunca mais quer me ver de novo. Jogar na minha cara que de propósito não atendeu minhas ligações ou respondeu minhas mensagens. Me chutar quando me vir no chão. Taxar de desimportante e extirpar completamente do seu cérebro e coração qualquer lembrança boa que você tenha sobre mim. E, quando finalmente tiver feito tudo isso. Quando tiver jogado objetos na minha cabeça quando eu aparecer na sua casa. Quando tiver sonhado durante doze noites que eu morria. Eu vou finalmente ser capaz de dizer, livre de qualquer incerteza: "Ele me odeia". E vou poder seguir em frente.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Primos

CARA, descobri que sou primo da Nina Rache!!
Só queria falar isso mesmo, HSUAHSUAHUSAH

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Pitty

Resume a nossa relação.
Déjà vu antes de você, Equalize durante e Na Sua Estante depois.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Olhos castanhos

O fraco e velho ventilador girava lentamente, preso ao teto por fios gastos e expostos. Pelo teto, uma rachadura descia até a parede, onde descansava um quadro simples de um barco, feito em nanquin. Na parede do outro lado, uma janela pequena mostrava a cansativa vista da bela paisagem urbana. Uma selva de prédios enfeitada pela brilhante cacofonia de buzinas e carros passando. Uma mesa. De madeira e carcomida, com uma única gaveta vazia. Sobre ela, uma televisão empoeirada. Por todo o chão, livros e folhas espalhados até onde a vista alcançava. Ao lado, um criado-mudo, usado unicamente para apoiar o cinzeiro recheado de pontas de cigarro. O barulho continuava a ecoar em meus ouvidos, tão claro quanto antes. Repetido, e ritmado. Tum-tum... Tum-tum... Tum-tum... O calor emitido pela origem do barulho acolhe e esquenta. Levanto a cabeça, e duas representações da perfeição no formato de círculos castanhos vão ao encontro dos meus olhos, me encarando com o olhar que admira, mas ao mesmo tempo observa. É o olhar que atravessa a pele e observa a alma. Minha atenção se volta para os lábios expressivos, sendo mordidos compulsivamente pelos dentes brancos. Não tardará à amanhecer. Mas eu quero de novo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Eu te mato s2

Hah, você me faz rir. Não, sério, cada absurdo que você fala. Você fala como se isso já não estivesse pré-definido. Fala como se você tivesse qualquer poder de escolha sobre essa decisão. Como se isso dependesse de você. Não seja tão ridículo. A escolha já foi praticamente feita para você muito antes de você sequer pensar em existir. Então deixa de fazer manha com o que as forças cósmicas do universo já decidiram pro seu destino e me ame agora. Senão...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Complicado?

Não, é só dizer que me ama e ficar agarradinho comigo

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Algo errado

Ontem à noite, me peguei bebendo Jack Daniel's enquanto gritava "Estamos, capitão!".  Deve ter algo de errado comigo.

Bloqueio

-Texto antigo e aleatório, mas foda-se

A chuva cai. O som das gotas batendo contra as folhas das plantas ecoa noite adentro. Assustados, os cachorros forçam passagem pela porta de vidro da varanda e entram em casa. Ninguém deixa eu me concentrar e o texto tá ficando uma bosta. O Daniel entra com a foto multicolorida dele e eu abro a janelinha, só pra poder ficar olhando. Eu reclamo que ninguém me deixa escrever mas acho que o problema é meu mesmo. A gata mia tanto que dá vontade de empurrá-la escada abaixo, mas eu seria denunciado pro IBAMA, e ela cairia em pé de qualquer jeito, então não teria tanta graça. Estou com vontade de tomar banho. A droga do meu aparelho aperta tanto que eu tive que tomar sopinha no jantar. Ainda faltam dois dias pro meu amor gordo lindo ler a porra do meu texto pra mim e eu não to conseguindo mais aguentar, beijos. Frases sobre caras azuis de São Paulo povoam a minha mente. Eu não consigo pensar em mais nada. Minha cabeça tá uma névoa. Dá vontade de pegar um monte de dente-de-leão e enfiar tudo na boca.Eu não consigo escrever. É isso.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Feliz Mais Um Ano Que Você Cresce E Se Aproxima Da Velhice, Menopausa, Aposentadoria e Morte!

Nhaw Matheus, feliz aniversário, meu gostosão hahahahaha ai cara, 14 aninhos, quem diria hein meu amigo? Pois é...Lembro de você com 7/8 na capoeira, onde todo mundo te chamava de botão..HAHAHA
OK, eu até poderia fazer uma retrospectiva inteira da sua vida (sim, eu sei sua vida inteira, eu sou sua mãe, esqueceu?), mas nem to afim não.
Enfim, só queria te desejar um feliz aniversário, mts anos de vida, drogas, sexo e rock 'n roll, homens, mulheres, jacarés a alienígenas e tudo mais que vier, porque o que vem é sempre lucro. SEMPRE, sem exceção. a não ser  que apareca o mauricio, isso é outra história.
É isso meu gostoso, parabéns por hoje, e daqui há umas horinhas eu estarei aí contigo hahahaha.
Te amo, continue sempre gostoso, mas PARE DE CRESCER PORRA.
Feliz aniversário, gato.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ah,

Ah, noite. Cansaço. Olho meu blog pra ver se tem posts novos (?). E isso me dá raiva. Não tem nenhum post novo. Só um bando de inutilidades. Eu abro o painel e vejo as atualizações dos blogs que eu sigo. Várias. Muitas mesmo. Perco meu tempo lendo todas porque gosto de ler textos das outras pessoas. Não sei explicar, mas acho que é como se eu conhecesse um pouco mais sobre elas quando leio o que elas escrevem. E agora, depois de ler tudo, eu me sinto mal. Mal, porque eu não consigo escrever. Mal, porque eu vejo as pessoas, em especial a Paula recentemente, escreverem maravilhosamente bem, e eu não ter inspiração pra nada. E ah, eu pareço ter um sono crônico. Ou eu não consegui dormir bem essas férias inteiras, ou "tem alguma coisa errada". Desenhar também tá sendo minha negação. Assim como manter conversas ao vivo. Esse último me preocupa, em especial. A pessoa tá lá, falando, e eu não consigo me forçar a responder com algo mais do que um "hm," ou uma risada. Minha cabeça começa a doer logo acima dos olhos e eu não consigo me concentrar em nada. Muito menos no que a pessoa está falando. E aí eu começo a pensar que tenho que dormir mais. E eu durmo. E eu acordo, e continua a mesma coisa. E aí então eu percebo que não tem nada mais triste do que uma cama sem duas pessoas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Shelter

*chiados*
Som, som, testando, 123, Bulcão para Bogossian, Bulcão para Bogossian.

Já faz um tempinho que eu estou afim de criar um blog pra falar sobre alguma coisa que eu não sei o que é. E esse é o problema mor, se já tivesse algum assunto, todos já estaríamos felizes vivendo num mundo de paz e de harmonia, mas não existe nada de interessante para se escrever.
Não tenho vontade de fazer um blog >> tipo esse do matheus, mas sem criticas, te amo gato << que a pessoa escreve seus sentimentos, não é essa a idéia. Eu já tenho um tumblr pra isso o qual eu não explanarei, pois poucas pessoas sabem de sua existência. Matheus então mandou eu escrever no Nem Freud Explica {http://bestupidbaby.wordpress.com}mas não rola, porque,  esse blog é sobre coisas que eu não entendo e  eu não entro mais naquela porra faz anos. Aí eu surtei completamente.

Pois bem.

Estava eu aqui sentada no meu computador conversando com as pessoas, quando meu pai me chama. Vou até o quarto dele, e ele me pergunta se eu realmente quero ir no velório da minha prima. Travei. Não sabia se queria ou não. Eu já tinha chorado tanto pelo acontecimento, talvez não seria uma boa idéia. Mas ele continuou a falar. Disse que quando estava na passagem de som pro show do Ney, ele ligou pra minha psicóloga, e ela disse que ela, como todos os psicólogos, psicanalistas, analistas e terapeutas falam que é bom "viver o luto". Não que seja agradável e saudável [emocionalmente] ficar lembrando da morte de um ente querido, mas sim, sofrer, colocar as mágoas para fora, xingar Deus e o mundo (porque Ele merece) e gritar o mais alto que puder. É..É triste, mas é a coisa mais saudável a se fazer em um momento como esses.

Blergh, foi o melhor que eu pude escrever.

Brigada, Matheus gatão por me deixar escrever aqui, foi bastante...Agradável.

E só pra finalizar, um trecho de uma música que eu amo.
I find shelter, in this way
Under cover, hide away
Can you hear, when I say?
I have never felt this way

Beijossssss
Diana linda.

Love?

Nothing at all.