Mantenha a ardência na garganta. Segure as lágrimas. Abaixe a cabeça. Faça uma reverência. Guarde todo o ódio e rancor. Sinta-os queimando e consumindo-o por dentro. Marque-os à ferro quente em seus ossos e em sua pele. Não ouse demonstrá-los, mas jamais esqueça. Cabeça erguida. Se chorar, chore em silêncio. Não permita de jeito nenhum que ela ouça. Não responda. Seja um ator. Torne-se uma farsa perfeita. Encarne o personagem. Leve-o para a cama. Não é de seu interesse manter conflitos agora. Não adiantará nada. Sob todos os aspectos, é debaixo da sombra de seus galhos que você permanece no momento. Então guarde seus pensamentos. Escravize sua vontade. Negue seu ego. Corte seu próprio corpo. Lamente que seja pautado no número de canhões à disposição. Em relações simples e puramente políticas. Sinta o remorso de não ser o leve crepitar de uma vela, ou o som de um conjunto de borboletas batendo suas asas. Mas não reclame. Espere. Deixe pra correr atrás de sua sanidade mais tarde. Espere o prato esfriar. Aguente. Não se dê ao luxo de cair aos pedaços. Recomponha-se. Não ouse cambalear. E mais importante:
Faça-a acreditar que a ama.
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