Uma sensação estranha teve me afligido durante estes últimos dias. Uma que não consigo entender, por mais que já tenha tentado. O que poderia ser melhor do que passar tempo com um grande grupo composto por seus amigos, certo? As pessoas com quem você mais conviveu, passou bons momentos, momentos de tristeza, momentos de felicidade e de angústia, de estresse e sossego. Pessoas que se importam com você, certo? Certo.
Mas...
Conforme o tempo vai passando, as coisas se tornam mais difíceis. Problemas vão se multiplicando, junto das responsabilidades, e se vai percebendo que se tem mais dúvidas do que certezas, no final das contas. Os anos se somaram, e fui enxergando que talvez não tivesse tantas coisas em comum com o resto deles. E os dias que se sucediam infelizmente deixavam isso cada vez mais claro. Tive meus amigos, meus bons e próximos amigos, mas esse senso de coletividade que unia todos os outros... Eu tentei fazer parte disso, juro que tentei. Me encontrar com pessoas variadas, ter vários tipos de conversas diferentes, e até mesmo sair com grupos grandes, algo que já naquela época não me era muito querido. Mas não adiantou. Vezes demais me sentia desconfortável, inquieto, pensando comigo mesmo que estava no lugar errado, que aquele não era realmente o espaço para mim. Eu simplesmente não conseguia me sentir do mesmo jeito que eles, por mais que tentasse. Parecia-me que o pertencimento simplesmente estivera além do alcance da mão o tempo todo. Eu não podia evitar o modo como me sentia, ou o modo como deixava de me sentir. As pessoas estavam sempre se comunicando, se conectando, enquanto eu nunca soube o que fazer. Eu era bom demais em esconder aquilo que queriam ver de mim. Falhei em fazer algo em relação a isso... Mas eu havia me resignado. Sabia que já não podia mais fingir que as coisas não eram tão leves quanto poderiam ser, mas eu lidava bem com elas. Mesmo após ter por um ínfimo instante participado de tudo isso, acabei voltando ao mesmo, me questionando se ganharia mais sozinho ou em grupo. Observando toda aquela baboseira do lado de fora, acabava pensando no quanto ela deveria ser tão estupidamente aconchegante e acolhedora.
Até o dia da foto. Quando a foto de turma chegou, não conseguia explicar as sensações que se formavam dentro de mim. Observei cada um daqueles rostos, cada uma daquelas pessoas que participaram de tantos momentos da minha vida, cada conversa jogada fora, cada segundo desperdiçado, e experimentei uma sensação de profundo pesar. Talvez eu tenha sido um tolo, afinal de contas, por não conseguir aproveitar a beleza que estivera por tantos anos diante de mim e agora escorria por entre os meus dedos como areia fina. Na verdade verdadeira, eu era um tolo por me sentir tão saudoso e sofrer tanto pela perda de algo que nunca foi meu em primeiro lugar.
CEAT, Turma 31 2013
MEU JESUS UM COMENTÁRIO
ResponderExcluirMari é a menina que posta umas coisas aqui, além de você (ou postava, até onde sei). Ela que me mostrou o blog. COMO ELA TÁ? @.@
Vestibular...
Vish, ela costumava dividir o blog comigo, mas não ouvi mais dela desde a mudança...
ExcluirNão sabia que ela tinha mostrado isso aqui pra alguém q
muito parecido com o modo como me senti quando terminei a escola... só que suas palavras são mais certeiras, rs
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