sábado, 14 de setembro de 2013

(Des)Encaixe

Era meia noite e treze, e uma doce brisa de mar balançava as cortinas. O clima trazido era de ares frescos, toalha molhada no cabelo e travesseiro macio no rosto. Ventilador de teto girando fraco, música no gramofone, ruído de teclas batendo. Pés explorando os cantinhos geladinhos da cama. Café frio na caneca, levantei-me e arrastei os chinelos em direção à cozinha. Senti o frio descendo minha samba-canção e estacionando nos meus pés. Peguei uma garrafa d'água e fechei a porta do refrigerador com o pé. Cantarolava alguma coisa enquanto abria o armário atrás de um copo. Servi-me metade do copo, bebi só metade. Joguei o resto na pia. Servi-me de novo, dessa vez até a boca. Bebi um gole, joguei metade fora, enchi de novo. Esvaziei novamente, tornei a encher. A garrafa estava vazia. Enchi ela, fui encher o copo, lembrei que já estava cheio. Bebi da garrafa. Bebi do copo. Enchi o copo, joguei a água e o copo fora.
Lembrei que não estava com sede.

Nenhum comentário:

Postar um comentário