Me sinto inspirado hoje. Decidi escrever sobre tu. Ah, sei lá, foda-se. De novo, escrevo sem a esperança de que o que eu escreva altere alguma coisa. Não sei se quero exatamente que altere. Não sei se conseguiria manter, se algo mudasse. Só quero pôr pra fora. E espero que você seja inteligente o suficiente pra descobrir que estou falando com você. Anyway, aí começa:
Essa rua. Sempre soube que tinha algo de especial nessa rua. Nunca soube exatamente o quê, mas sempre teve. Sempre que passávamos por ela, eu e você, eu ficava mais alegre. Nunca soube porquê. Nunca me importei em saber. Simplesmente estávamos nós. Eu, você, e a rua. E isso já era motivo suficiente pra me deixar feliz. Nunca nem eu nem ninguém suspeitaria que, a partir daquele dia, caminharíamos juntos. Eu e você. E a rua, que estava sempre lá. Por muito tempo, caminhamos. Muito muito tempo mesmo. Um tempo que nunca vou esquecer, ou me arrepender. Olhávamos pra frente, óbvio. Senão tropeçaríamos. Mas quando olhar pra frente era assustador, e olhar pra trás, doloroso, podíamos olhar pro lado. E veríamos um ao outro. E poderíamos nos apoiar se um de nós tropeçasse. E aquilo era maravilhoso. As árvores, a rua, as lojas, os tropeços, as pessoas, nós. Mas então, em algum momento no meio do caminho, olhei pro lado. Olhei pro lado, e não vi nada. Por um instante, congelei. Olhei ao redor. Onde estaria? Chamei seu nome, e não obtive resposta. Comecei a procurar. Entre os becos e atrás das árvores. Dobrei a esquina. Andei por vários quarteirões. Procurei. Até que fiquei lá, sozinho. Eu, e a rua. Foi quando sentei, e esperei. Sentia as sombras se moverem de uma direção para a outra repetidamente. Mas eu não me moveria. Não daria um pio. Continuaria ali. Esperando. Sentindo o vento bater contra a minha cara, e a chuva molhar minha cabeça. Até que consegui. Achei. Rápido como um lance de vista. De súbito, levantei e corri. Corri naquela direção. Em sua direção. E foi quando, sem olhar para trás, você atravessou. Corri atrás de você, mas, por um momento, um mísero instante, hesitei. Voltei a correr o mais depressa que pude, e não vi o carro. Ele deu uma freada brusca e por pouco não me atingiu. E eu fiquei ali. Congelado. Um estorvo no meio da Leite Leal. Foi quando percebi: já não era possível te alcançar.
você escreveu hesitei errado. não é exitei, é com s e com h. rs :)
ResponderExcluiré uma honra ter você lendo meu blog (8)
ResponderExcluirobrigado, já corrigi, hehe