Sempre fui uma cadela.
Não, não me entenda errado. Pega a visão.
Na rua eu andava de bermuda tactel, riscado na sobrancelha e relógio na mão. Nem sempre passava como bicha. Também botava boné e marra na cara, pros novinho saber que eu gosto é de empurrar.
Mas, quando eu pensava em fuder no escuro, no beco ou na praça, na minha cabeça era sempre eu fodido por um pau grosso cheio de tesão e de leite.
Pelo meu tesão eu fudia 2, 3 vezes no dia. Fudia em casa, na cama, no sofá e no chuveiro. Nunca tinha fudido na rua porque tinha cagaço de apanhar, de pegar alguma coisa, de morrer. Mas eu via os cara no escuro, entre uma árvore e outra, segurando a rola. Via os maluco ajoelhar e depois virar de costas, ouvia eles pedindo no som do plec plec plec.
- Leita.
Eu ficava doido.
Lá em casa sempre foi de boa. O piorzinho era mesmo eu, que vendia id falsa pros menó e aliciava novinho pra liberar o cu pra mim. Irmão, amiga, ficante, professor, primo, ninguém ficava de fora não.
Mas infelizmente fuder demora porque eu curto fazer na moral e leva um tempo pra chegar lá. Tem uma parada com meter olhando no olho, tu vê aquela boca carnuda cheia de sangue pedindo mais, aí tu dá mais e mais e é aquela pira.
Fora que. Passar o dia em fila de posto pra tomar injeção é foda, e eu não queria mais isso não. Agora com esses porra de comprimido a parada tá menos tensa, mais suave mesmo não tá.
Esses dias tava na seca e abri o aplicativo pra arrumar o que comer. Já tinha pedalado, malhado, pulado no mar e nada tirava essa fome de mim.
Era uma agonia, um desespero como se eu precisasse arrancar minhas tripas pra fora.
Aí era meia noite e veio esse maluco.
Pretinho, com roupa de academia, mais velho um pouco. Me perguntou até quando eu tava na cidade. Disse que dava tempo de se apaixonar e que curtia um lovezinho.
Eu ri.
- Curte o que você?
- Eu curto perigo, respondi.
- Sou ativo gosto de meter gostoso. Queria um cuzinho pra encher de leite.
Só de lembrar meu peito já pulsa.
- Eh bom eh bom, mas pera lá.
- Você pediu perigo ué
Eu quero vem me leita, porra.
- Bora no ***
Marcamos.
Não fui.
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