quarta-feira, 26 de março de 2014

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Com todas as suas possessões materiais amontoadas numa trouxe que carrega amarrada em um bambu apoiado em seu ombro, o meu pequeno Louco viaja, não sabe ele para onde. Mas pouco importa. O que realmente interessa é simplesmente ir, e se maravilhar com o que há de melhor no mundo. Repleto de visões, questionamentos e inquietudes, meu Louco é o arquétipo da possibilidade e do potencial. Há mais do que mudança nele; há renovação, movimento, e a energia bruta de um novo começo; de volta ao início, ele finalmente pode se decidir a experimentar o que a vida realmente tem a oferecer. Longe de estar frustrado ou triste por ter de começar de novo, ele começa a ser preenchido por um sentimento genuíno de libertação conforme o seu coração fica mais leve e ele se sente mais refrescado, diante da possibilidade de uma segunda chance. Ele começou sem ter muita certeza de onde queria ir, mas com seus pequenos passinhos lentos de tartaruga, o meu Louco está enfim crescendo e aprendendo a resolver o que é melhor pra si mesmo. Pelo visto, ele tem confiança suficiente em mim para me dar a função de guiá-lo a um bom caminho, função que aceito de bom grado, por me preocupar com ele e querer vê-lo feliz. A cada passo que ele der, minha função vai ser a de estar no passo seguinte, guiando-o e prestando atenção no que ele tem a dizer sobre sua jornada. Por agora, eu sou só um cachorrinho, cuidando pra que sua inspiração tenha pelo menos uma faísca de algo que pode representar um ponto para se começar e não corra o risco de cair no precipício, cego por ilusões de grandeza. Mas existe uma diferença entre saber o caminho e percorrê-lo, e embora eu possa oferecer a porta, meu andarilho terá de atravessá-la sozinho, e por seu próprio mérito, e eu estarei lá para parabenizá-lo porque tenho confiança absoluta de que ele consegue.

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