quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Férias

Hoje acordei com vontade de escrever.
Se eu dissesse isso, estaria mentindo, porque como de costume, acordei com fome e com vontade de dormir mais. Mas isso não vem muito ao caso. Acordei às duas da tarde e queria quebrar a rotina monótona das minhas longas e curtas férias. Catei na cozinha um pedaço de quiche e mandei uma mensagem pro primeiro nome feminino que vi na agenda, chamando a garota pra sair. Botei pra tocar um álbum do Bowie enquanto esperava a resposta, e fiquei vendo as horas pularem janela fora enquanto pensava em coisas úteis que poderia estar fazendo naquele momento. É claro que olhar pro nada e ouvir música é infinitamente mais interessante.
Acho que passei mais tempo assim do que pensei.
Minha mãe acabou batendo na porta do quarto querendo saber se eu ainda respirava. Fingi estar asfixiando, mas eventualmente tive de dizer a ela que estava tudo bem, pra que ela saísse do quarto rindo e comentando como esse menino não tinha jeito mesmo. Olhei o celular. Nada. Troquei o álbum que já tocava pela quarta vez e puxei um livro bonitinho da estante pra ler sobre Nova York e Paris, mas a diversão foi breve. Tentei alguma coisa mais duradoura e baixei um filme da lista "férias", que se limitou a render rápidos e bons 102 minutos de pensamentos e emoções sobre garotos introvertidos e invisibilidade. Bonito, mas curto demais pra saciar o tédio de um garoto de 16 anos em período de férias e sem dinheiro. Pensei que devia ter escolhido aquele de vampiros que dura algo como 6 horas, mas esqueci como se chamava. Horas após tê-lo feito, percebi que meu convite tinha sido ignorado, então dei de ombros e decidi que iria escrever. Naturalmente, pensa-se que a pessoa vá ler em busca de inspiração, mas como tudo que dizem trazer inspiração, isso nunca dá certo comigo. Eu juro que adoraria conseguir escrever um daqueles textos com humor fino e aguçado, algo mais parecido com uma crônica humorística, como se engatinhando prum estilo Veríssimo. Mas é claro que não era pra ser. Só o que sei fazer é escrever sobre minhas tristezas, e nem eu tenho tido paciência pra elas recentemente. Morrissey, se você estiver ouvindo isso, por favor me perdoe, pois eu pequei. Infelizmente, é isso mesmo, não há muito a se fazer a respeito, e nem mesmo sei direito o que quis dizer com esse texto.
Oh, well, amanhã tentamos de novo. Novo dia, novo filme, novo livro, novo texto. O mesmo tédio.

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