sábado, 1 de setembro de 2012

Erotomania

Fui fechando devagar os meus olhos, conforme era gradualmente tomado pela torrente de sensações que o seu toque me provocava. O cheiro inebriante da sua pele e do seu perfume inundou o meu olfato com o odor mais doce que já havia sentido, fazendo minha mente delirar. Seu queixo estava apoiado em minha cabeça, e o seu abraço me acolhia e aninhava no calor do seu peito. Nossos corpos colados se moviam lentamente ao som da música, e só podia pensar no quanto desejava permanecer ali, eternamente amado em seus braços. Sentia-me leve, flutuando, e pela primeira vez na vida acreditei que se morresse naquele momento, morreria genuinamente feliz. Desencostei então minha cabeça de seu peito, e passei suavemente meus braços em torno do seu pescoço, para que eu pudesse admirar o rosto que durante tantas noites se recusou a sair de meus pensamentos. Olhei então para seus lábios atraentes, e desejei do fundo do meu coração que eles estivessem mais próximos dos meus. Aproximei então meu rosto do seu, e senti suas mãos em minhas costas me segurando mais firme, e me envolvendo cada vez mais no nosso abraço. Estava cada vez mais perto e conseguia sentir sua respiração fazendo leves cócegas em meu rosto. Estávamos tão juntos que eu era capaz de ouvir os batimentos do seu coração, tão acelerados quanto os meus naquele momento. Você murmurou algo que não pude decifrar, mas conseguia quase sentir seus lábios, se movendo lentamente contra os meus. Eles eram doces, e pareciam cobertos de mel. Meu único desejo estava a um passo de ser realizado se eu simplesmente puxasse o seu pescoço um -pouquinho- mais para perto. Quando ia me aproximar o centímetro que faltava, no entanto, a manhã veio e sem piedade despedaçou todos os meus sonhos.

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