Numa quinta-feira de manhã, Mariana acordou. Cantarolou uma música qualquer enquanto tomava banho, e se secou. Vestiu uma de suas melhores combinações de roupas. Um brinco de argola perfeito, um short jeans perfeito, uma sandália perfeita e uma blusa preta perfeita. Foi tomar seu café. Deu um beijo de bom-dia na mãe que já a esperava na mesa, e preparou para si mesma um sanduíche delicioso. Conversou sobre a previsão do tempo, que anunciava sol depois de vários dias nublados. Voltou para o banheiro, escovou os dentes e colocou um perfume maravilhoso. Deu uma última balançada nos longos cabelos castanho-claros lisos, e resolveu-se por colocar uma presilha. Perfeito. Saiu de casa e pegou um ônibus. Um senhor que entrava à sua frente pagou a passagem com uma nota de vinte e a trocadora não tinha troco. O senhor então pediu para que tirasse a passagem de Mariana junto com a dele. A garota deu um sorriso perfeito e agradeceu. Chegou na escola após conversar animadamente o caminho inteiro com o senhor. Após dar bom-dia, todos os seus amigos disseram a ela o quanto estava linda hoje. Todos os professores disseram a ela o quanto estava participativa na aula hoje. Mariana apenas sorria de orelha a orelha e agradecia. Descobriu que havia gabaritado a prova de matemática, acertando inclusive o desafio que valia ponto extra. Durante a aula, viu um garoto encolhido num canto e imaginou o que haveria com ele. No recreio, juntou-se com as melhores amigas para rir e admirar os rapazes jogando futebol. No almoço, viu que sua mãe havia colocado para ela estrogonofe com arroz branco e batata palha. Foi liberada mais cedo naquele dia. Voltou de carona para casa com uma amiga com quem não falava havia muito tempo, e aproveitou para colocar o papo em dia e perceber que a amizade não mudara nada depois de tanto tempo. A amiga chamou-a para passar a tarde na casa dela. Mariana aceitou e elas se divertiram apagando as luzes, ligando a música ao máximo e dançando como se ninguém estivesse em casa. Mariana então caminhava de volta para casa. Acabou encontrando com a mãe que voltava do trabalho e pegou uma carona. No caminho, pararam no super mercado para comprar um sorvete de chocolate, o preferido de Mariana. Chegaram em casa, e jantaram. A filha se ofereceu para lavar a louça, para que a mãe pudesse descansar mais. Após terminar, a menina foi para o quarto. Fechou a porta, colocou uma música para tocar. Aproveitou o som da música durante algumas horas, escreveu um bilhete, foi ao banheiro, pegou uma gilete, cortou os pulsos e caiu em meio ao próprio sangue.
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g-zuz, tadinha, que vida triste
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