Ontem à noite, estava frio. Meus pés congelavam. O vento cortante vindo do mar batia à porta de vidro, fazendo um barulho alto que me impedia de dormir, embora parecesse não surtir efeito sobre o seu sono. A gata encolhia-se encima de meus pés, numa tentativa inútil de se aquecer. As pessoas da casa não emitiam barulho a não ser o da minha respiração, que naquele momento acelerava. Aquele quarto não me era familiar. Só havia um motivo para eu estar ali, e ele estava ao meu lado. Estava escuro. Eu não gosto muito de escuro. Eu queria me virar e dormir olhando pra você, mas temia que isso te fizesse acordar. Aquela cama não foi feita pra duas pessoas. Não sei porque você insistiu em dormirmos juntos... Não que eu esteja reclamando, só não é muito normal. De repente, como se pra me tirar de meus pensamentos, você inconscientemente joga seu braço por cima de mim e me aperta contra seu corpo. O escuro já não era mais o responsável pela minha respiração acelerada. O frio também desaparecera, dando lugar a um calor cada vez mais forte. Não podia ficar mais ali, já estava começando a suar. Com cuidado, tirei seu braço de cima de mim e lentamente fui caminhando para a varanda. A porta de vidro gemeu ao ser aberta, mas foi o suficiente apenas pra te fazer se mexer um pouco e ocupar o lugar onde eu estava. Caminhando pela varanda, o frio voltava a incomodar, mas eu precisava olhar as estrelas. Sentei no parapeito da varanda e apoei meus pés nas telhas. Olhei para o alto e comecei a dar à cada estrela uma razão para eu te querer tanto.
...
Faltaram-me estrelas.
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ResponderExcluiradorei, ficou muito bom
ResponderExcluirmeu texto hihihi
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